Brasileiros: apaixonados por empreender
Nós, empreendedores, temos um jeitão que nos identifica, somos autoconfiantes por natureza, miramos mais na chegada do que nos percalços do caminho...
Publicado em 27 de setembro de 2013 às, 15h36.
Última atualização em 5 de setembro de 2017 às, 21h24.
Nós, empreendedores, temos um jeitão que nos identifica, somos autoconfiantes por natureza, miramos mais na chegada do que nos percalços do caminho e somos bastante autocentrados. Essas são algumas das características que nos movem adiante, ajudando a transformar ideias em ações; e sonhos em grandes ideais. Junto com esse pacote de vantagens, outras características saltam aos olhos e podem impulsionar nosso caminho empreendedor.
Como somos criadores de nossos empreendimentos, temos uma tendência a polvo: contamos com mais braços do que efetivamente temos. Mesmo sem perceber, centralizamos uma série de atividades e responsabilidades, até mesmo aquelas com as quais não temos expertise para administrar.
Temos ciúme por nossos projetos e, assim, os tratamos como alvos de nosso amor profundo ou cuidamos com o mesmo zelo que temos por uma criança que engatinha. Com todo esse protecionismo, nem sempre topamos dividir o cuidado compartilhando com outros a nossa tão estimável cria. Mas ao não compartilhar, podemos atrasar nossa caminhada. Vale aqui fazer uma revisão de nossas capacidades:
-Será que realmente damos conta de tudo?
-Onde estão os limites de nossos talentos e habilidades?
-Será que vale a pena trazer forças complementares para somar?
Danilo e eu somente conseguimos colocar em prática o projeto “Walk and Talk – A Volta ao Mundo em Busca do que Motiva”, pois unimos talentos complementares na mesma missão. Somos bastante diferentes e foi exatamente essa diferença que impulsionou o projeto. Digo sempre que poderia até ter viajado o mundo sozinha, mas jamais faria o projeto contando somente com os meus talentos.
As diversas economias criativas e os negócios sociais que hoje ganharam o cenário global contam com um tipo de empreendedor mais aberto e com uma visão mais compartilhada de processo e gestão. Percebeu-se que, em vez de serem incubados sozinhos, os projetos até que saiam do papel – processo que muitas vezes leva mais de um ano – o novo jeitão de empreender trouxe maneiras mais participativas e colaborativas de atuar, mesmo na fase embrionária. Quer ver?
Muitos são aqueles que já sabem que querem empreender, já decidiram em qual área de atuação, mas ainda têm dúvidas quanto ao core negócio em si. Para ajudar nesse processo de posicionamento, hoje se tem usado muito o recurso da co-criação, onde um grupo de profissionais de relevância naquela área é convocado para ajudar na contextualização e criação do projeto junto ao empreendedor. Esse sistema se bem utilizado produz grandes resultados, pois se tem quase uma consultoria vinda de “cabeças” daquele segmento. Com a nossa volta ao Brasil, temos participado de muitas reuniões de co-criação e os processos sempre geram aprendizado para ambas as partes.
Por que a co-criação facilita o processo de empreendedorismo?
-Proporciona muita troca de informação com quem já atua na área. Sempre ideias e soluções que não pensamos serão agregadas.
-Profissionais com experiências distintas complementam, afinal são várias cabeças e pontos de vista sobre um mesmo negócio atuando juntas.
Quando criamos o projeto há quase três anos, esse processo ainda não era muito utilizado e acabamos não tendo a oportunidade de compartilhar informações em grupo. Nos consultamos com alguns viajantes de grandes projetos, mas de forma individual, o que na época abriu muitos horizontes. Porém, as reuniões co-criativas vão além, pois ganharíamos tempo contando com vários experts na mesma rodada e sairíamos com desenho de soluções partilhadas logo após a reunião. Esse método funciona também na fase de implantação ou reposicionamento do negócio. A co-criação começou a ganhar tanto lugar no mercado que hoje existem diversos espaços que proporcionam e ajudam a conduzir essas reuniões criativas.
A reflexão aqui recai sobre esse autocentrismo tão comum a todos nós empreendedores e ajuda ampliar a visão, mostrando novas realidades que facilitam o processo de empreendedorismo.
De acordo com uma pesquisa* feita recentemente por nós, perguntando a mais de 4200 brasileiros “O que te motiva?”, o trabalho quando aparece como maior fonte de motivação fica em destaque para quem trabalha por conta própria ou tem seu próprio negócio. E ainda 30% dos brasileiros acreditam no sonho como sua maior força de motivação. Se empreender pelo visto tem sido grande força de motivação no nosso país, bacana agora facilitar os processos e a implantação dos negócios. Vale sonhar, empreender e compartilhar!
*A pesquisa “O que te motiva?” foi uma parceria entre o Walk and Talk, Cristina Panella Planejamento e Pesquisa e LeadPix Survey. Ouvimos brasileiros de todas as regiões do Brasil, das mais variadas faixas etárias. Coletamos inúmeros dados em diversas áreas de interesse.
Por Luah Galvão
Idealizadores do Walk and Talk, Luah Galvão e Danilo España, realizaram 3 projetos. O primeiro foi uma Volta ao Mundo por mais de 2 anos em que visitaram 28 países nos 5 continentes – para entender o que Motiva pessoas das mais variadas raças, credos e culturas. O segundo foi caminhar os 800 km do Caminho de Compostela na Espanha, entrevistando peregrinos sobre o sentido da Superação. E recentemente voltaram da Expedição Perú, onde o sentido da resiliência foi a grande busca do casal. Agora que estão de volta ao Brasil compartilham suas descobertas através de textos e histórias inspiradoras para esse e outros veículos de relevância, assim como em palestras e workshops por todo o Brasil.
Descubra mais sobre o projeto: www.walkandtalk.com.br. Conheça também a página no Facebook.