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O ano começa mesmo a partir de agora?

Muitos acham que, no Brasil, as coisas só começam a andar depois do carnaval. Será?

Pesquisa mostra que a participação dos “green talents” na força de trabalho global saltou 38,5% entre 2015 e 2022 (Getty Images/Reprodução)

Pesquisa mostra que a participação dos “green talents” na força de trabalho global saltou 38,5% entre 2015 e 2022 (Getty Images/Reprodução)

Publicado em 5 de março de 2025 às 18h59.

“O ano só começa depois do carnaval”. Quantas vezes não ouvimos essa frase? Inúmeras. As razões são muitas. Entre janeiro e fevereiro, muita gente – os tomadores de decisão aí incluídos – está aproveitando as férias escolares para viajar com suas famílias. Nas empresas, os retoques finais nos balanços estão a todo vapor. As vendas, de maneira geral, caem neste período. Isso tudo ainda pode ser somado a um calor que beira o insuportável em nosso país. O resultado natural seria uma letargia que teria fim somente com o final do feriado carnavalesco.

Isso pode até ter sido verdade no passado. Mas será que continuamos em marcha lenta até o Reinado de Momo?

Muitos anos atrás, antes da internet e dos aparelhos celulares, empresários, executivos e políticos ficavam praticamente inacessíveis durante suas férias. Se alguém viajasse com sua família e não informasse seu destino, não seria importunado até a data de retorno. Com o avanço da tecnologia, porém, isso mudou. As férias nunca mais foram as mesmas – telefonemas, mensagens e e-mails relativos ao trabalho chegam diariamente a quem está tentando relaxar fora do escritório. Nos dois primeiros meses do ano, isso aconteceu bastante entre brasileiros.

Muitas pessoas, mesmo assim, tinham algum tipo de bloqueio mental para tomar, de fato, decisões importantes após o Carnaval. Mas já faz muito tempo que isso não acontece. O mercado pode não ter a mesma pujança de sempre no período pré-carnavalesco – mas está longe de ficar parado.

O caso de MONEY REPORT é emblemático. Quando fundamos a operação, nove anos atrás, percebíamos que, de fato, os telefones não tocavam de janeiro a fevereiro. E havia uma reação negativa de quem era pressionado para fechar algum negócio naquela época do ano.

Desde que começamos a levar uma delegação de empresários para o evento “Person of the Year”, em Nova York, seis anos atrás, tivemos de lutar contra essa mentalidade. O evento ocorre em maio. Portanto, precisamos planejar os eventos que realizamos na semana em que o POY é realizado com antecedência. Boa parte de nossas despesas – em dólar, diga-se de passagem – ocorre nos primeiros meses do ano. Portanto, precisamos fazer a nossa captação de patrocínios antes do Carnaval.

Ano após ano, percebemos que nossos clientes estão ficando mais abertos a conversar conosco neste período – incluindo a primeira semana de janeiro. Em 2025, inclusive, batemos um recorde. Esgotamos nossas cotas em meados de fevereiro e tivemos de abrir um novo pacote de adesões (aumentando, evidentemente, os nossos custos; mas abrindo a possibilidade de elevar o faturamento e oferecer eventos e conteúdos ainda melhores).

Portanto, o ano começou – para nós e muitas outras empresas – em 1º. de janeiro. Se você pensa de maneira diferente, respeitamos sua posição. Mas seus concorrentes devem estar estourando foguetes de tanta alegria.

De qualquer forma, só nos resta agora encarar os dez meses que nos restam em 2025, que prometem testar nossos limites e capacidades. Que este seja um ano de realizações para todos!

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