Colunistas

Networking: A Nova Hierarquia do Poder

Como criar conexões pode abrir portas antes inacessíveis

Hoje, vivemos na era das conexões, onde quem domina a arte de criar relacionamentos significativos tem em mãos um tipo de poder que títulos e fortunas não podem comprar (Getty Images/Divulgação)

Hoje, vivemos na era das conexões, onde quem domina a arte de criar relacionamentos significativos tem em mãos um tipo de poder que títulos e fortunas não podem comprar (Getty Images/Divulgação)

Martha Leonardis
Martha Leonardis

Sócia do BTG Pactual

Publicado em 16 de janeiro de 2025 às 09h39.

Última atualização em 16 de janeiro de 2025 às 09h40.

Imagine entrar em um ambiente onde os grandes líderes já conhecem seu nome. Onde oportunidades surgem antes mesmo de serem anunciadas. E onde uma simples conversa pode mudar completamente o rumo da sua carreira.

Esse não é mais um privilégio restrito a poucos. Hoje, vivemos na era das conexões, onde quem domina a arte de criar relacionamentos significativos tem em mãos um tipo de poder que títulos e fortunas não podem comprar.

Por séculos, o poder esteve reservado a quem ocupava o topo da hierarquia: reis, políticos e governos ditavam as regras. Depois, com a Revolução Industrial, o cenário mudou. O dinheiro passou a ter mais peso, e grandes empresários assumiram o controle.

Agora, no século XXI, estamos vivendo outra transformação profunda: o poder já não está restrito a cargos ou riquezas. Ele pertence a quem sabe se conectar e influenciar.

O historiador Niall Ferguson, em seu livro The Square and the Tower: Networks and Power, from the Freemasons to Facebook, explica como as redes – tanto sociais quanto políticas – moldaram a história e influenciaram o destino das sociedades. Ele descreve a eterna tensão entre hierarquias (as “torres”) e redes descentralizadas (as “praças”). Embora as torres, representadas por estruturas de poder tradicionais, tenham dominado por séculos, Ferguson mostra que as praças, onde conexões horizontais e colaborativas acontecem, estão assumindo um papel central no mundo moderno.

As redes sociais e a globalização exemplificam essa transição, colocando pessoas do mundo todo a um clique de distância. Isso significa que, mais do que títulos ou heranças, quem domina a arte de construir uma boa rede de contatos e engajar outras pessoas pode alcançar espaços inimagináveis.

Quer exemplos?

Pense no influenciador digital que, com um celular e uma boa ideia, se torna referência para milhões, enquanto empresas gigantes gastam fortunas tentando atrair o mesmo público.

O poder das conexões vai além de números, afinal, não se trata apenas de acumular contatos, mas de criar relações significativas, baseadas em troca, confiança e propósito.

É saber agregar valor em cada interação, criar laços que abrem portas e deixar sua marca na memória das pessoas.

No mundo de hoje, não importa se você é um CEO ou está no início da carreira: quem domina a arte de cultivar conexões verdadeiras tem em mãos uma vantagem que títulos e fortunas não garantem.

Como Ferguson aponta em seu estudo, o poder está migrando das torres para as praças, e quem entender essa dinâmica terá as melhores oportunidades no século XXI.

Então, a pergunta que fica é: você está investindo nas conexões certas?

Porque, no mundo atual, o verdadeiro poder pertence a quem entende que, no final, ninguém chega longe sozinho. E, felizmente, isso está ao alcance de todos.

Acompanhe tudo sobre:Networking