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Cuidado: 2016 não passa de uma aposta

“…por mais conservador que pudesse ser o meu interlocutor, ele não deixaria de “especular” ao apostar em qualquer uma das direções que eu pudesse lhe apontar…” E agora que o ano começou, o que se pode esperar dele? Desde o fim de 2015 até hoje – quarta-feira de cinzas -, muito pouca gente estava trabalhando aqui no Brasil: políticos, governo etc. Como é de praxe, aqui o ano começa somente […] Leia mais

Ie

Investidor em Ação

Publicado em 10 de fevereiro de 2016 às 14h36.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h46.

“…por mais conservador que pudesse ser o meu interlocutor, ele não deixaria de “especular” ao apostar em qualquer uma das direções que eu pudesse lhe apontar…”

E agora que o ano começou, o que se pode esperar dele?

Desde o fim de 2015 até hoje – quarta-feira de cinzas -, muito pouca gente estava trabalhando aqui no Brasil: políticos, governo etc. Como é de praxe, aqui o ano começa somente após o carnaval.

2016

Entretanto, enquanto isso, o quadro da economia global se mostra cada vez mais complicado. A China deixa claro que atravessa um processo de desaquecimento e o mercado especula se já se configura um hard landing – queda abrupta das taxas de crescimento da economia. O Japão não consegue reerguer sua economia nem à custa de taxas de juros negativas. Os EUA parecem patinar em seu processo de retomada do crescimento, com o emprego levantando dúvidas acerca de seu fortalecimento. A Europa, parece viver de estímulo em estímulo, proporcionados na maior parte das vezes pelo Banco Central Europeu… É, de fato, o quadro não parece nada bom.

Já no Brasil, não há o que se falar já que as previsões para a economia em 2016 e 2017 são as piores possíveis – vide o relatório Focus dessa semana em http://www.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/R20160205.pdf

No campo político então, o negócio parece o “samba do crioulo doido”: a linha de sucessão da presidência da república ou é suspeita, ou é investigada ou figura como réu em processo movido pelo ministério público, com consequências imprevisíveis sobre o futuro e estabilidade política do país. A operação Lava-Jato aperta o cerco sobre peixes-grandes implicados no escândalo da Petrobras…

Muitas pessoas se questionam se devem aproveitar a forte baixa das principais ações da Bovespa para comprar algumas potenciais “pechinchas” na bolsa. Por outro lado, outras se perguntam se a cotação do dólar já não atingiu o seu pico – a despeito de que alguns analistas alardeiam previsões de dólar a 5 reais ao final de 2016…

Enquanto isso, os mais conservadores se aproveitam de uma taxa de juros Selic extremamente elevada para investir em títulos de renda-fixa emitidos pelo Tesouro Nacional.

Se me perguntassem o que eu faria com muito dinheiro na mão nesse momento, eu responderia que “depende” – como todo bom consultor gosta de pontuar. No entanto, como as variáveis que permeiam o problema são tantas e tão determinantes, que qualquer resposta dada não passaria de apenas mais uma aposta entre os múltiplos possíveis caminhos a se materializar no curto prazo.

Ou seja, por mais conservador que pudesse ser o meu interlocutor, ele não deixaria de “especular” ao apostar em qualquer uma das direções que eu pudesse lhe apontar como a mais provável ou racional a seguir nesse momento.