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Roberto Rachewsky analisa decisão de tributar streaming

"Há várias maneiras do governo usar a coerção de forma imoral. A maior delas é quando ele impede as pessoas de criarem e produzirem", diz o especialista

IM

Instituto Millenium

Publicado em 22 de setembro de 2017 às 18h42.

Última atualização em 25 de setembro de 2017 às 18h55.

Em São Paulo, empresas que disponibilizam conteúdo de vídeo e áudio sem cessão definitiva, o popular “streaming”, podem ser obrigadas a recolher o Imposto Sobre Serviços (ISS). A Prefeitura da cidade encaminhou à Câmara Municipal um projeto de lei instituindo a medida, que já passaria a valer a partir do ano que vem. A decisão afeta startups como Netflix, Spotify e Deezer.

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A ação regulamenta a lei sancionada pelo presidente Michel Temer no ano passado, permitindo que municípios de todo o Brasil realizem a cobrança. A medida deve acarretar em aumento no preço final do serviço ao consumidor. Em conversa com o Instituto Millenium, o especialista e fundador do Instituto Estudos Empresariais (IEE), Roberto Rachewsky, faz questão de lembrar que impostos incidem sobre transações particulares feitas entre indivíduos que trocam valores entre si para mútuos benefícios e que, quando o governo taxa o que está sendo transacionado, passa a fazer parte de um jogo que deveria ser “ganha, ganha”, já que há uma troca de interesse entre as partes:

“Esse cenário é transformado em um ‘ganha, perde’, pois o ganho mútuo se reduz em uma clara diminuição do poder aquisitivo dos que atuam no mercado. O Estado recebe parte desse poder de compra sem ter que, necessariamente, dar algo em troca. Isso acontece pois ele é o único a utilizar a força de coerção para obter o que deseja”, comenta.

Outro exemplo da ação recente do governo contra startups vem do Rio de Janeiro, onde aplicativos como o Uber e 99 estão impedidos de circular nas áreas próximos ao Rock in Rio, limitando o poder de decisão de quem vai assistir ao festival. “Há várias maneiras do governo usar a coerção de forma imoral. A maior delas é quando ele impede as pessoas de criarem e produzirem”, acrescenta Rachewsky. Ouça!

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Em transmissão ao vivo no Facebook, o economista Hélio Beltrão, membro-fundador do Instituto Millenium, também comentou o assunto. Para ele, a cobrança é inconstitucional, já que o streaming não é um serviço, mas sim um acesso a um conteúdo que está em determinados servidores:

“É muito similar ao que ocorria nas locadoras, onde há uma locação de um bem móvel. O Supremo Tribunal Federal diz que é inconstitucional a incidência de ISS sobre esse tipo de operações, que é justamente o que acontece no streaming”, explica.