(Vini Dalla Rosa/Fórum da Liberdade)
Instituto Millenium
Publicado em 7 de abril de 2024 às 20h35.
“Se nós não entendermos para onde o mundo está caminhando, não vamos entender a gravidade e não vamos fazer o que precisa ser feito para defender a liberdade”. Foi com este alerta que o cientista político Heni Ozi Cukier, o professor HOC, terminou sua palestra nesta sexta-feira (5), segundo dia do Fórum da Liberdade. Ele usou a meia hora anterior para embasar sua teoria de que o momento político pelo qual o mundo passa hoje é muito parecido com o período pré- 2ª Guerra. “A guerra não começa de repente, ela começa com conflitos isolados em várias partes do mundo”, disse.
Na época, Alemanha, Itália e Japão travavam suas batalhas isoladamente, e em um determinado momento, convergiram para formar o Eixo. Os países tinham em comum a sanha expansionista com base na conquista militar e na derrubada da ordem internacional vigente. HOC traçou um paralelo com o que ocorre hoje em três frentes: Rússia contra Ucrânia, guerra no Oriente Médio, protagonizada pelo Irã, e ameaça iminente da China avançar sobre Taiwan. “Se esse terceiro elemento acontecer, teremos três guerras regionais, envolvendo ditaduras autocráticas que acham que podem conquistar territórios na base da força. Se a China fizer isso, os Estados Unidos vão entrar, e desencadear a 3ª Guerra Mundial”, preconizou.
Desta vez, no entanto, o mundo democrático pode não ter a mesma sorte de antes. Isso porque ele vê quatro obstáculos que são relativa novidade no cenário mundial:
Antes disso, o especialista ainda comentou sobre a antiga crença de que o mundo contemporâneo não entraria em guerra por causa da relação econômica entre países, de cooperação. Segundo ele, não há uma cooperação na esfera internacional, mas uma competição; e empresas de países com capitalismo de Estado (como a China) não têm os mesmos valores que as empresas que atuam no mercado. “Os objetivos deles são políticos, não econômicos”. Além disso, ele acrescentou que as relações entre os países dificilmente são de interdependência, mas sim, de dependência. E exemplificou: “O Brasil não consegue vender tanto minério de ferro para outro país, mas a China consegue comprar de outro lugar. O Brasil depende da China. A relação é de insegurança”.
O Fórum da Liberdade aconteceu no auditório da PUCRS, em Porto Alegre, entre os dias 4 e 5 de abril, e contou com um público de cerca de 6 mil pessoas.