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Brasileiro ainda está em processo de cidadania

O brasileiro tem dificuldade em respeitar leis e instituições. Essa é a opinião dos especialistas do Instituto Millenium, o filósofo Roberto Romano e o antropólogo Roberto DaMatta. Romano acredita que o povo brasileiro ainda está aprendendo a viver em grandes sociedades urbanas e para DaMatta,  a desobediência é uma herança da sociedade aristocrática e sinaliza status. Em entrevista ao jornal Zero Hora, Romano disse que o público espelha o privado […] Leia mais

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2011 às 14h06.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 10h34.

O brasileiro tem dificuldade em respeitar leis e instituições. Essa é a opinião dos especialistas do Instituto Millenium, o filósofo Roberto Romano e o antropólogo Roberto DaMatta. Romano acredita que o povo brasileiro ainda está aprendendo a viver em grandes sociedades urbanas e para DaMatta,  a desobediência é uma herança da sociedade aristocrática e sinaliza status.

Em entrevista ao jornal Zero Hora, Romano disse que o público espelha o privado e vice-versa: “Como em todas as relações sociais, há um movimento de imitação. Quando você tem um sistema político onde o recurso público é usado para fins privados, você tem uma sociedade onde o que é público não merece respeito. Pode estragar, quebrar. Nossa sociedade não tem o costume de respeitar o que é público e elege governantes que também não respeitam. É um espelhamento.”

Há alguns anos Roderto DaMatta chama a atenção em suas pesquisas para o comportamento do brasileiro que relativiza regras e abusa do “jeitinho” perante normas e leis.

No seu livro mais recente, lançado pela editora Rocco, “Fé em Deus e pé na tábua – como e por que você enlouquece dirigindo no Brasil” (2010), DaMatta analisa como o brasileiro age perante as leis de trânsito, o respeito ao outro e em relação à própria segurança sobre duas rodas.

DaMatta vê um status na desobediência, tanto no desrespeito às leis em geral quanto as regras do trânsito “Dentro de casa, cada um tem seu espaço na socialização brasileira. Fomos criados em ambientes que comportam hierarquias bem definidas: arrumadeira, passadeira, lavadeira. São os últimos ecos de escravidão e de clientelismo que permeiam a sociedade brasileira. Esse quadro cognitivo, emocional, está nas nossas cabeças. Quando você vai para o trânsito, você tem uma situação desagradabilíssima: obedecer no Brasil é um sintoma de inferioridade. É um aspecto que a pesquisa identificou. Quem obedece, quem segue lei no Brasil, é babaca, idiota”, disse o antropólogo em entrevista ao jornal Zero Hora.

No site do Instituto Millenium, leia na íntegra:

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O brasileiro tem dificuldade em respeitar leis e instituições. Essa é a opinião dos especialistas do Instituto Millenium, o filósofo Roberto Romano e o antropólogo Roberto DaMatta. Romano acredita que o povo brasileiro ainda está aprendendo a viver em grandes sociedades urbanas e para DaMatta,  a desobediência é uma herança da sociedade aristocrática e sinaliza status.

Em entrevista ao jornal Zero Hora, Romano disse que o público espelha o privado e vice-versa: “Como em todas as relações sociais, há um movimento de imitação. Quando você tem um sistema político onde o recurso público é usado para fins privados, você tem uma sociedade onde o que é público não merece respeito. Pode estragar, quebrar. Nossa sociedade não tem o costume de respeitar o que é público e elege governantes que também não respeitam. É um espelhamento.”

Há alguns anos Roderto DaMatta chama a atenção em suas pesquisas para o comportamento do brasileiro que relativiza regras e abusa do “jeitinho” perante normas e leis.

No seu livro mais recente, lançado pela editora Rocco, “Fé em Deus e pé na tábua – como e por que você enlouquece dirigindo no Brasil” (2010), DaMatta analisa como o brasileiro age perante as leis de trânsito, o respeito ao outro e em relação à própria segurança sobre duas rodas.

DaMatta vê um status na desobediência, tanto no desrespeito às leis em geral quanto as regras do trânsito “Dentro de casa, cada um tem seu espaço na socialização brasileira. Fomos criados em ambientes que comportam hierarquias bem definidas: arrumadeira, passadeira, lavadeira. São os últimos ecos de escravidão e de clientelismo que permeiam a sociedade brasileira. Esse quadro cognitivo, emocional, está nas nossas cabeças. Quando você vai para o trânsito, você tem uma situação desagradabilíssima: obedecer no Brasil é um sintoma de inferioridade. É um aspecto que a pesquisa identificou. Quem obedece, quem segue lei no Brasil, é babaca, idiota”, disse o antropólogo em entrevista ao jornal Zero Hora.

No site do Instituto Millenium, leia na íntegra:

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