Ameaça ao Estado de Direito: sociólogo alerta para penetração do crime no país
Para o sociólogo Claudio Beato, Coordenador do Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública da UFMG, a existência de candidatos ligados a facções criminosas pode contaminar as instituições políticas com a inserção do crime organizado. Segundo ele, o remédio para esta ameaça está na própria democracia. Confira sua entrevista publicada na “Folha de S. Paulo” de 17 de setembro: “Folha – A polícia suspeita que o candidato a deputado […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2010 às 18h58.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 11h13.
Para o sociólogo Claudio Beato, Coordenador do Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública da UFMG, a existência de candidatos ligados a facções criminosas pode contaminar as instituições políticas com a inserção do crime organizado. Segundo ele, o remédio para esta ameaça está na própria democracia. Confira sua entrevista publicada na “Folha de S. Paulo” de 17 de setembro:
“ Folha – A polícia suspeita que o candidato a deputado Ney Santos (PSC) tenha ligações com o PCC. A penetração na política é uma meta do crime organizado?
Claudio Beato – Estamos assistindo a uma evolução na organização da criminalidade no Brasil. Isso não ocorre só com o PCC. O fenômeno das milícias, no Rio, é outro exemplo de que o crime organizado está buscando representação política. A busca por penetração na Câmara mostra que passamos a uma nova etapa da estruturação do crime.Isso é preocupante?
Estágios anteriores de estruturação das organizações criminosas levam a problemas para as comunidades. É nessa nova etapa que começa a haver uma contaminação mais acentuada das instituições públicas. Isso é que é muito preocupante. Se olharmos para outros países, sempre vamos achar exemplos de algum momento em que houve essa mistura da política com a criminalidade.
Estamos longe de chegar a uma situação como a que houve na Colômbia cerca de 15 anos atrás. Mas precisamos prestar muita atenção para esse novo fenômeno.Quando o crime organizado chega a esse estágio de estruturação, que tipo de resposta o Estado precisa dar?
O principal antídoto é o funcionamento das instituições democráticas, tal como está ocorrendo no momento. É preciso identificar claramente o fenômeno, ver quem está envolvido, apontar os elos. Enfim, manter a a polícia investigando e a Justiça funcionando. De uma forma geral, as instituições têm reagido bem.”
Para o sociólogo Claudio Beato, Coordenador do Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública da UFMG, a existência de candidatos ligados a facções criminosas pode contaminar as instituições políticas com a inserção do crime organizado. Segundo ele, o remédio para esta ameaça está na própria democracia. Confira sua entrevista publicada na “Folha de S. Paulo” de 17 de setembro:
“ Folha – A polícia suspeita que o candidato a deputado Ney Santos (PSC) tenha ligações com o PCC. A penetração na política é uma meta do crime organizado?
Claudio Beato – Estamos assistindo a uma evolução na organização da criminalidade no Brasil. Isso não ocorre só com o PCC. O fenômeno das milícias, no Rio, é outro exemplo de que o crime organizado está buscando representação política. A busca por penetração na Câmara mostra que passamos a uma nova etapa da estruturação do crime.Isso é preocupante?
Estágios anteriores de estruturação das organizações criminosas levam a problemas para as comunidades. É nessa nova etapa que começa a haver uma contaminação mais acentuada das instituições públicas. Isso é que é muito preocupante. Se olharmos para outros países, sempre vamos achar exemplos de algum momento em que houve essa mistura da política com a criminalidade.
Estamos longe de chegar a uma situação como a que houve na Colômbia cerca de 15 anos atrás. Mas precisamos prestar muita atenção para esse novo fenômeno.Quando o crime organizado chega a esse estágio de estruturação, que tipo de resposta o Estado precisa dar?
O principal antídoto é o funcionamento das instituições democráticas, tal como está ocorrendo no momento. É preciso identificar claramente o fenômeno, ver quem está envolvido, apontar os elos. Enfim, manter a a polícia investigando e a Justiça funcionando. De uma forma geral, as instituições têm reagido bem.”