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A queda de Agnelli

A negativa repercussão da queda de Agnelli é notícia nos principais jornais no país que relatam as manobras feitas entre o governo Dilma Rousseff e os acionistas (majoritários) do Bradesco para a sucessão do presidente da empresa, que foi privatizada em 1997. A intromissão do Estado na sucessão fere os princípios de governança corporativa e pode trazer prejuízos para a empresa que até então vinha tendo um desempenho excelente apresentando, […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 28 de março de 2011 às, 18h48.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 10h21.

A negativa repercussão da queda de Agnelli é notícia nos principais jornais no país que relatam as manobras feitas entre o governo Dilma Rousseff e os acionistas (majoritários) do Bradesco para a sucessão do presidente da empresa, que foi privatizada em 1997.

A intromissão do Estado na sucessão fere os princípios de governança corporativa e pode trazer prejuízos para a empresa que até então vinha tendo um desempenho excelente apresentando, ao lado da Petrobras, os maiores lucros do país.

Articulistas do Instituto Millenium criticam a intervenção estatal no caso.

Leia a opinião do:

– Economista Alfredo Marcolin Peringer em A intervenção na Vale, um atentado econômico e social” : “Os verdadeiros motivos estão no interesse governamental pela empresa. Lamentavelmente, o Brasil é um país altamente estatizado. Prevalece, ademais, a inclinação socialista, principalmente no governo atual, em que o lucro, ou outro parâmetro de mercado, não costuma ser apreciado positivamente pelos governantes. Ao contrário, não é incomum ouvir deles considerações de que o lucro não passa de “ganância empresarial”, de  ausência de “espírito público” ou de falta de “consciência social”. Um dos grandes erros da ideologia socialista é achar que os empreendedores, ao agir no interesse próprio, estão agindo em detrimento do “bem comum”, desvinculado do “bem social“. Esse erro é muito bem resumido por Milton Friedman, prêmio Nobel de economia, numa resposta dada a um jornalista, quando lhe perguntou: “o que uma empresa precisa fazer para cumprir o seu papel social” e ele respondeu, sem titubear: “gerar lucro. Sem lucro não há produção, renda, salário, emprego e, paradoxalmente, impostos, sem os quais  o próprio governo não sobrevive.”

– João Luiz Mauad:  Mentalidade Fascistóide” : “O capitalismo de compadres (talvez “comparsas” fosse uma alcunha mais adequada) que vigora atualmente em terras tupiniquins tornou a maior parte das empresas, notadamente as que atuam em setores fortemente regulados, como o bancário, reféns dos humores de políticos e burocratas (embora, a bem da verdade, elas não tenham muito do que reclamar, já que os benefícios que tiram desta relação incestuosa com o governo não são desprezíveis).  Exemplo claro de que a bajulação e o compadrio muitas vezes chegam às raias da indecência foi a recente demissão de Alexandre Schwartsman do Banco Santander, ocorrida logo depois que o economista teve o atrevimento de afirmar, na cara do presidente da Petrobras, algo que todo mundo já sabia: que as contas do governo são elaboradas através de malabarismos e artifícios contábeis.”

– Advogado Juarez Dietrich em “Vale: l’Agnelli del Lupo”: “O velho lobo, o Estado, sócio da Companhia Vale do Rio Doce, quer sacrificar o Presidente Roger Agnelli (cordeiro, em italiano), por causa de interesses já identificados e claros – quer o controle político ou reestatização da empresa.

A lei chama isto de “conflito de interesses” entre o sócio e a sociedade, e por isso tal sócio deve ser impedido de votar a matéria. No limite, a lei chama ainda de “voto abusivo”, em que há intenção de causar dano à sociedade ou a outros sócios. É este o caso: os objetivos pretendidos pelo sócio Estado causam dano à empresa, à boa governança e aos demais sócios. Os interesses estão em conflito. O nosso velho lobo, o majoritário da vida de cada brasileiro, está pensando nele e não nos objetivos da empresa ou nos interesses dos demais sócios.”