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A liberdade de imprensa e as novas revelações do “WikiLeaks”

Consideradas um “11 de setembro diplomático”, segundo a agência France Presse, as novas revelações do site “WikiLeaks” trazem 250.000 documentos com segredos da diplomacia americana, da espionagem dentro da ONU e dos principais dirigentes do mundo. O fato, classificado como “o maior vazamento da história”, retoma o debate sobre liberdade de expressão nos EUA e no Reino Unido. O blogueiro do “The Guardian”, Roy Greenslade, conta que editores de jornais […] Leia mais

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2010 às 22h32.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 10h44.

Consideradas um “11 de setembro diplomático”, segundo a agência France Presse, as novas revelações do site “WikiLeaks” trazem 250.000 documentos com segredos da diplomacia americana, da espionagem dentro da ONU e dos principais dirigentes do mundo. O fato, classificado como “o maior vazamento da história”, retoma o debate sobre liberdade de expressão nos EUA e no Reino Unido. O blogueiro do “The Guardian”, Roy Greenslade, conta que editores de jornais defensores da liberdade de imprensa foram intimidados pelo governo, e que isso pode explicar a postura adotada pela maioria deles sobre o vazamento:

“Uma das situações mais bizarras envolvendo as revelações “prestes-a-serem-vazadas” do site WikiLeaks foi o vazamento do fato antes de ser vazado. O governo americano decidiu retaliar em antecipação.

A iniciativa do Departamento de Estado norte-americano foi especialmente designada para explicar aos governos estrangeiros que existiam revelações embaraçosas nos documentos diplomáticos que o WikiLeaks estava prestes a publicar.

Na sexta-feira, 26 de novembro, observei a decisão do governo britânico de circular entre editores um aviso de defesa com o intuito de lembrá-los de sua “responsabilidade” caso desejassem informar o conteúdo dos documentos vazados.

E o que os editores responderam? Receio que a maior parte o fez com histórias que, indiretamente, criticavam o WikiLeaks e sua face pública, chamada Julian Assange – o criador do site.

A história publicada pelo jornal “The Sun” no sábado, 27 de novembro, intitulada “Novos dados do WikiLeaks são uma ameaça à segurança do Reino Unido” é típica. E neste domingo, 28 de novembro, o “News of the World” publicou uma matéria sobre “chefes talibãs” preparando um “ esquadrão de ataque Wiki ” para atingir os informantes identificados pelos vazamentos.

Mais deprimente ainda foi ler editoriais e colunas criticando os vazamentos. Os grandes defensores da liberdade de imprensa, que sempre proclamaram as virtudes da divulgação ao público, parecem incapazes de digerir o fato de ver alguém de fora fazendo esse trabalho.”

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Consideradas um “11 de setembro diplomático”, segundo a agência France Presse, as novas revelações do site “WikiLeaks” trazem 250.000 documentos com segredos da diplomacia americana, da espionagem dentro da ONU e dos principais dirigentes do mundo. O fato, classificado como “o maior vazamento da história”, retoma o debate sobre liberdade de expressão nos EUA e no Reino Unido. O blogueiro do “The Guardian”, Roy Greenslade, conta que editores de jornais defensores da liberdade de imprensa foram intimidados pelo governo, e que isso pode explicar a postura adotada pela maioria deles sobre o vazamento:

“Uma das situações mais bizarras envolvendo as revelações “prestes-a-serem-vazadas” do site WikiLeaks foi o vazamento do fato antes de ser vazado. O governo americano decidiu retaliar em antecipação.

A iniciativa do Departamento de Estado norte-americano foi especialmente designada para explicar aos governos estrangeiros que existiam revelações embaraçosas nos documentos diplomáticos que o WikiLeaks estava prestes a publicar.

Na sexta-feira, 26 de novembro, observei a decisão do governo britânico de circular entre editores um aviso de defesa com o intuito de lembrá-los de sua “responsabilidade” caso desejassem informar o conteúdo dos documentos vazados.

E o que os editores responderam? Receio que a maior parte o fez com histórias que, indiretamente, criticavam o WikiLeaks e sua face pública, chamada Julian Assange – o criador do site.

A história publicada pelo jornal “The Sun” no sábado, 27 de novembro, intitulada “Novos dados do WikiLeaks são uma ameaça à segurança do Reino Unido” é típica. E neste domingo, 28 de novembro, o “News of the World” publicou uma matéria sobre “chefes talibãs” preparando um “ esquadrão de ataque Wiki ” para atingir os informantes identificados pelos vazamentos.

Mais deprimente ainda foi ler editoriais e colunas criticando os vazamentos. Os grandes defensores da liberdade de imprensa, que sempre proclamaram as virtudes da divulgação ao público, parecem incapazes de digerir o fato de ver alguém de fora fazendo esse trabalho.”

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