Competição global que busca startups verdes seleciona finalistas brasileiros
Três negócios seguem na disputa pelo título de 2022 e prêmio de 10 mil euros
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2022 às 12h56.
Por Daniel Contrucci*
Poucas coisas podem ser mais gratificantes do que acompanhar o desenvolvimento de um projeto ou de uma ideia movida pela vontade de fazer diferente. Depois de meses de preparação e de intensa troca de conhecimento, o anúncio dos três vencedores da quinta edição da Climate LaunchPad Brasil, etapa nacional da maior competição global em busca de negócios verdes do mundo, nos dá este sentimento de satisfação.
A partir de agora, a competição rompe o território nacional e atravessa as fronteiras. Nos dias 29 e 30 de setembro, nossos representantes enfrentarão as startups selecionadas em outros 12 países da América Latina, em um evento que contará com transmissão ao vivo pela internet. Já a final mundial acontecerá nos dias 27 e 28 de outubro e três de novembro, e irá garantir prêmios de € 17.5 mil euros que serão divididos entre os três finalistas.
Realizada no Brasil pela Climate Ventures, primeira plataforma nacional de inovação com ênfase no clima, com apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS), Land Innovation Fund (LIF) e do Fundo Vale, a competição recebeu um total de 90 inscrições provenientes de todas as regiões do país, com projetos liderados por um grupo diverso, tanto em questões de gênero, quanto de raça e idade. O Brasil foi o quarto país em número de iniciativas inscritas, só perdendo para Kenya, Índia e Nigéria. Do total de inscritos, dez foram selecionados para os módulos intensivos de preparação, envolvendo treinamentos de modelo de negócios e pitches, além de mentorias customizadas e articuladas de acordo com as necessidades específicas de cada projeto, e realizadas com profissionais de destaque.
Selecionar os participantes mais adequados foi uma tarefa árdua e resultado de muitas conversas entre os jurados, que respeitaram critérios como o potencial de mercado e de criação de empregos, impacto social, inovação tecnológica e impacto na economia de baixo carbono. A partir deste processo, foram escolhidas para representar o Brasil na etapa latino-americana da competição as empresas Mare-Maricultura Regenerativa, que ficou em primeiro lugar, a Agroforestry Carbon e a Estudio MABE, em segundo e terceiro lugar respectivamente.
A Mare -Maricultura Regenerativa, fomenta o cultivo regenerativo de macroalgas marinhas, desenvolvendo e produzindo bioinsumos agrícolas com efeitos bioestimulantes, gerando inclusão de comunidades e trazendo biotecnologia para produtores do campo. A Agroforestry incentiva a compensação voluntária das emissões de carbono em sistemas agroflorestais, através de uma plataforma descentralizada que encaminha o dinheiro direto para os agricultores. Já o Estudio Mabe transforma os frutos da árvore angico, vastamente utilizada em projetos de reflorestamento, em um tecido biodegradável e 100% à base de plantas. As três finalistas representam bem a força dos negócios verdes brasileiros, abrangendo segmentos diferentes, como agropecuária, florestas e uso do solo, e indústria, três dos setes vetores estipulados pela competição para a seleção geral, que ainda incluía: água e saneamento; gestão de resíduos; energia e biocombustíveis, e logística e mobilidade.
Testemunhar os projetos brasileiros voltados à economia verde ganhando o mundo é tão satisfatório quanto acompanhar a evolução das iniciativas em cada etapa da Climate LaunchPad. Por mais diferentes que sejam quanto às suas áreas de negócios, os projetos têm em comum lideranças compostas por pessoas conectadas ao coletivo, que batalham pelo desenvolvimento de seus negócios enquanto destinam as suas capacidades intelectuais e produtivas para fazer a diferença. São histórias individuais muito inspiradoras e variadas, que incluem desde aqueles que começam do nada, seguindo a boa e velha “ideia na cabeça”, até profissionais bem capacitados com trajetórias sólidas que decidem seguir um novo objetivo, e acabam investindo neste processo, além da própria energia, recursos pessoais. As diferentes origens não se anulam nem competem entre si. Muito pelo contrário, elas enriquecem um ecossistema que necessita de multiplicidade de ideias e diferentes conhecimentos para fomentar soluções criativas que estão ligadas às experiências de cada um.
É lugar comum afirmar que a resiliência é o grande atributo que se exige de um empreendedor. E esta máxima não poderia ser diferente para aqueles que decidem focar seus esforços em iniciativas voltadas ao benefício do meio ambiente. A competição Climate LaunchPad pode ser vista como uma grande metáfora para o caminho que muitas empresas deste segmento irão fazer. No entanto, com a troca de conhecimento, apoio de outras empresas e empreendedores que já passaram pelo mesmo caminho, somados ao incentivo proveniente do desejo de seguir um grande propósito, a trajetória se torna menos complexa.
*Daniel Contrucci é diretor executivo da Climate Ventures
Por Daniel Contrucci*
Poucas coisas podem ser mais gratificantes do que acompanhar o desenvolvimento de um projeto ou de uma ideia movida pela vontade de fazer diferente. Depois de meses de preparação e de intensa troca de conhecimento, o anúncio dos três vencedores da quinta edição da Climate LaunchPad Brasil, etapa nacional da maior competição global em busca de negócios verdes do mundo, nos dá este sentimento de satisfação.
A partir de agora, a competição rompe o território nacional e atravessa as fronteiras. Nos dias 29 e 30 de setembro, nossos representantes enfrentarão as startups selecionadas em outros 12 países da América Latina, em um evento que contará com transmissão ao vivo pela internet. Já a final mundial acontecerá nos dias 27 e 28 de outubro e três de novembro, e irá garantir prêmios de € 17.5 mil euros que serão divididos entre os três finalistas.
Realizada no Brasil pela Climate Ventures, primeira plataforma nacional de inovação com ênfase no clima, com apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS), Land Innovation Fund (LIF) e do Fundo Vale, a competição recebeu um total de 90 inscrições provenientes de todas as regiões do país, com projetos liderados por um grupo diverso, tanto em questões de gênero, quanto de raça e idade. O Brasil foi o quarto país em número de iniciativas inscritas, só perdendo para Kenya, Índia e Nigéria. Do total de inscritos, dez foram selecionados para os módulos intensivos de preparação, envolvendo treinamentos de modelo de negócios e pitches, além de mentorias customizadas e articuladas de acordo com as necessidades específicas de cada projeto, e realizadas com profissionais de destaque.
Selecionar os participantes mais adequados foi uma tarefa árdua e resultado de muitas conversas entre os jurados, que respeitaram critérios como o potencial de mercado e de criação de empregos, impacto social, inovação tecnológica e impacto na economia de baixo carbono. A partir deste processo, foram escolhidas para representar o Brasil na etapa latino-americana da competição as empresas Mare-Maricultura Regenerativa, que ficou em primeiro lugar, a Agroforestry Carbon e a Estudio MABE, em segundo e terceiro lugar respectivamente.
A Mare -Maricultura Regenerativa, fomenta o cultivo regenerativo de macroalgas marinhas, desenvolvendo e produzindo bioinsumos agrícolas com efeitos bioestimulantes, gerando inclusão de comunidades e trazendo biotecnologia para produtores do campo. A Agroforestry incentiva a compensação voluntária das emissões de carbono em sistemas agroflorestais, através de uma plataforma descentralizada que encaminha o dinheiro direto para os agricultores. Já o Estudio Mabe transforma os frutos da árvore angico, vastamente utilizada em projetos de reflorestamento, em um tecido biodegradável e 100% à base de plantas. As três finalistas representam bem a força dos negócios verdes brasileiros, abrangendo segmentos diferentes, como agropecuária, florestas e uso do solo, e indústria, três dos setes vetores estipulados pela competição para a seleção geral, que ainda incluía: água e saneamento; gestão de resíduos; energia e biocombustíveis, e logística e mobilidade.
Testemunhar os projetos brasileiros voltados à economia verde ganhando o mundo é tão satisfatório quanto acompanhar a evolução das iniciativas em cada etapa da Climate LaunchPad. Por mais diferentes que sejam quanto às suas áreas de negócios, os projetos têm em comum lideranças compostas por pessoas conectadas ao coletivo, que batalham pelo desenvolvimento de seus negócios enquanto destinam as suas capacidades intelectuais e produtivas para fazer a diferença. São histórias individuais muito inspiradoras e variadas, que incluem desde aqueles que começam do nada, seguindo a boa e velha “ideia na cabeça”, até profissionais bem capacitados com trajetórias sólidas que decidem seguir um novo objetivo, e acabam investindo neste processo, além da própria energia, recursos pessoais. As diferentes origens não se anulam nem competem entre si. Muito pelo contrário, elas enriquecem um ecossistema que necessita de multiplicidade de ideias e diferentes conhecimentos para fomentar soluções criativas que estão ligadas às experiências de cada um.
É lugar comum afirmar que a resiliência é o grande atributo que se exige de um empreendedor. E esta máxima não poderia ser diferente para aqueles que decidem focar seus esforços em iniciativas voltadas ao benefício do meio ambiente. A competição Climate LaunchPad pode ser vista como uma grande metáfora para o caminho que muitas empresas deste segmento irão fazer. No entanto, com a troca de conhecimento, apoio de outras empresas e empreendedores que já passaram pelo mesmo caminho, somados ao incentivo proveniente do desejo de seguir um grande propósito, a trajetória se torna menos complexa.
*Daniel Contrucci é diretor executivo da Climate Ventures