Por que é tão difícil poupar e com fundos imobiliários é mais fácil?
Se as pessoas têm consciência do que deve ser feito para economizar e investir, por que então é difícil sobrar dinheiro ao final do mês?
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2021 às 07h10.
Quando se fala em investimentos , a primeira coisa que os especialistas em finanças recomendam é gastar menos para poupar e sobrar dinheiro para investir. Um tanto óbvio, mas algo que as pessoas simplesmente têm dificuldade em fazer. Da mesma maneira, sabe-se o que se deve fazer para emagrecer. Ainda assim, são poucos os que têm determinação para tal. Se as pessoas têm consciência do que deve ser feito para economizar e investir, por que então é difícil sobrar dinheiro ao final do mês?
Saber o que deve ser feito para poupar não é suficiente. A dificuldade de economizar é sintoma de um problema, que deve ser devidamente compreendido.
Não é de hoje que somos bombardeados por propagandas que associam e condicionam o bem-estar humano ao consumo de bens materiais e à valorização de determinados costumes. Com a personificação da publicidade pelas redes sociais, as pessoas parecem estar ainda mais ávidas ao consumo.
O advento de digital influencers, que misturam intimidade com divulgação de produtos e de um lifestyle apelativo ao senso comum de sucesso, causa um impacto muito maior no indivíduo, aumentando sua ansiedade para adequar-se aos padrões comportamentais divulgados. Soma-se a isto a influência de seus próprios contatos.
Edward Bernays, um dos maiores gênios do marketing que existiu, também foi um dos maiores especialistas em manipulação. O trabalho dele era entender o funcionamento da mente humana para criar nela desejos de consumo de itens totalmente dispensáveis.
Para obter essa profunda compreensão da mente, Bernays utilizou-se da produção intelectual de seu tio, ninguém menos que o pai da psicanálise, Sigmund Freud. Entendeu a origem dos nossos desejos para itens dispensáveis e, a partir daí, aprendeu a manipular as pessoas a desejarem ainda mais.
Uma de suas proezas foi a de ajudar a indústria de cigarro, adicionando milhões de novos consumidores no mercado. Naquela época, o fumo era considerado um hábito exclusivamente masculino, mas as fábricas de cigarro perceberam que se mulheres também fumassem, o mercado poderia dobrar de tamanho.
Então Bernays trabalhou para quebrar essa tradição e “normalizar” o consumo de cigarro por mulheres. Teve grande sucesso em sua campanha que associava o consumo feminino de cigarro a “tochas da liberdade”. O próprio Bernays achava incrível o quão fácil era manipular as massas.
A compreensão, pelo menos em algum nível, de como a propaganda nos atinge é fundamental para que possamos reduzir o efeito dela em nossas mentes. A consequência disto é o consumo consciente, em que somos capazes de subtrair de nosso cotidiano o que é dispensável, facilitando então, a sobra de mais recursos para investir. Dependendo do grau de compreensão, podemos não somente anular o desejo de consumo inútil como também nos tornar independentes, desassociando a felicidade da posse de algum novo produto.
Imagine, hoje em dia, uma propaganda enaltecendo os fumantes e associando o cigarro à liberdade e à plenitude. Soaria no mínimo incongruente, concorda? É notório o mal que o cigarro causa e esse tipo de associação evidenciaria um desejo de manipulação. Simplesmente não funcionaria.
Hoje, o que se vê nas redes sociais é igualmente fictício. A diferença é que a sociedade ainda acredita nesse ambiente, como no passado se acreditou que fumando um cigarro poderia se aproximar de beleza, elegância e poder.
Não há mais felicidade sendo vendida através da fumaça do cigarro. O que há são pessoas se mostrando felizes porque têm tal relógio, carro, tênis, fazem viagens, são empreendedoras de sucesso, possuem corpo moldado perfeitamente aos padrões inatingíveis pela maior parte da população, por isso muito filtro e Photoshop. Isso revela um sintoma inequívoco de uma sociedade subalterna, capturada pela ilusão de que esses elementos são a representação do sucesso, da felicidade.
O que se percebe hoje é que não é mais a empresa a grande protagonista da propaganda. São os próprios consumidores. Quando querem se mostrar felizes, posam orgulhosamente junto a algum produto, divulgando-o de graça aos seus contatos. Não é surpresa que a confiança é a melhor forma de publicidade. É o seu amigo, e não a empresa, a recomendar o produto.
Infelizmente as pessoas que seguem esses padrões impostos de consumo só serão capazes de serem verdadeiramente felizes se a eles forem subservientes. A vida pode tornar-se banal, pois a miséria existencial refletida por esta crença, em que se reverencia todos esses “decretos” de consumo, afastam-nas de resultados que tragam algum tipo de satisfação robusta e duradoura. Acreditam ser esse o caminho para um oásis, quando na verdade rastejam para o ponto culminante da mediocridade.
A crença no sucesso e na felicidade pelo consumo desenfreado e inconsciente rejeita qualquer espécie de felicidade extraída de experiências simples ou baratas, não associadas diretamente a posses materiais ou adequadas aos padrões comportamentais impostos.
Se grande parte do consumo é inútil, qual seria a necessidade de investir dinheiro para ter mais no futuro? A resposta desta pergunta pode ser respondida somente por você, pois o consumo em si não é bom ou mau. O que determina algum grau de subserviência é se o desejo está ligado ao status, à carência ou se trata de um desejo genuíno.
Por exemplo, existem diversas formas de desejar um carro como uma Ferrari. Uma delas seria por status, a outra, por uma sensação de diversão que pode ser comparada ao desejo genuíno de uma criança por um brinquedo. Logo, o indivíduo deve se perguntar se esse desejo responde a que tipo de estímulo. Carência? Insegurança? Ou simplesmente a busca por uma experiência pessoal verdadeiramente extraordinária? Essa resposta é impossível de ser respondida baseada somente no desejo em si.
Agora a parte legal: Por que com fundos imobiliários é mais fácil economizar?
Muitas pessoas que leram até aqui podem julgar que se encontram na categoria das iludidas por esse ambiente fictício da propaganda, compreender e até concordar com esse texto, mas ainda assim não conseguir se libertar totalmente dessas amarras.
Eu não tenho pretensão nem ilusão de que podemos nos livrar facilmente de todas as manipulações e os desejos consumistas. Eu, que reflito bastante sobre o tema, não sou livre desse problema. Pelo menos tenho consciência e nem um pouco de orgulho quando desejo ter algo por resposta a algum sentimento de impotência.
O mais importante é termos consciência da servidão e em qual grau ela nos atinge. Esse é o primeiro passo para tentar combatê-la e finalmente conseguir economizar, mesmo que você não se livre de todos os desejos inúteis de consumo.
Com os fundos imobiliários esse processo tende a ser mais fácil. Vamos supor um cenário em que seja possível se livrar da ânsia pelo consumo somente em algum grau. Como os fundos imobiliários geram rendimentos aos seus cotistas todos os meses, podemos começar tentando dar valor pelo menos à renda que ele nos gera.
Por exemplo, R$ 10.000,00 investidos em fundos imobiliários são suficientes para se obter uma renda possível de R$ 65,00 mensais ou R$ 780,00 anuais, com grau de previsibilidade muito acima da média de outros tipos de ativos que geram dividendos, facilitando enormemente a utilização dos recursos provenientes da renda no longo prazo.
Em vez de pensar no que R$ 10.000,00 poderiam proporcionar no presente, pense no que R$ 65,00 mensais ou R$ 780,00 anuais, por prazo indefinido, podem proporcionar. Esse valor mensal é suficiente para assinar alguns serviços de streaming, como Spotify e Netflix, e ainda sobrar um pouco para outra aquisição ou reinvestimento; se pensar anualmente, seria suficiente para aquisição de uma passagem de avião para algum destino interessante. O fundamental não é se livrar do consumo, mas dar valor e extrair o máximo que este possa lhe proporcionar.
Já parou para pensar como uma ferramenta de streaming de áudio é milagrosa? Lembra dos tempos em que comprávamos CDs, vinis e até fitas cassetes para ouvir nossas músicas favoritas? Já pensou se naquela época você fosse apresentado a um dispositivo de bolso sem fios que permite, de qualquer lugar do mundo, escolher qualquer música, apertar um simples botão e ouvi-la instantaneamente? Certamente isso causaria frisson na época e quem tivesse acesso a esse dispositivo poderia ser considerado uma espécie de semideus. E estamos falando de menos de 30 anos atrás.
Quer ainda uma abordagem ainda mais surpreendente sobre esse mesmo tema? No século XVIII surgiram os grandes compositores da era de ouro da música clássica, como Wolfgang Amadeus Mozart, Ludwig van Beethoven, Joseph Haydn e tantos outros. Para que essas músicas fossem tocadas, orquestras inteiras precisavam ser organizadas para reproduzi-las. Pouquíssimas pessoas tinham a oportunidade de experimentar ouvi-las, e pouquíssimas vezes em suas vidas inteiras.
Voltando ao século XXI, basicamente qualquer um tem acesso a absolutamente todas as músicas clássicas, de todos os períodos históricos, na hora que quiser, de onde quiser e quantas vezes desejar. Naquela época, nem um rei sequer sonhava em ter tanto poder. Isso não é o máximo? Olhando por essas perspectivas, essas ferramentas podem ser compreendidas como verdadeiros milagres.
Essa forma de apreciar experiências mais acessíveis nos ajuda a nos sentir mais satisfeitos por mais tempo. Como efeito colateral, ainda tem o poder de reduzir outros hábitos de consumo e finalmente conseguir poupar dinheiro para investir.
Esse exemplo dos streamings de áudio pode ser aplicado a qualquer outra experiência. Basta olhá-la a partir de uma perspectiva que não esteja sintonizada com uma percepção comum. Economizar tem tudo a ver com psicologia e filosofia. Sem o pensamento não haverá como combater o desejo de consumo, o que causa a dificuldade de reservar dinheiro para investir. E sem questionar não saímos do lugar, não evoluímos como indivíduos. Só repetimos.
*Rodrigo Cardoso de Castro é sócio-fundador do site Clube FII. Formado em Tecnologia da Informação e investidor de fundos imobiliários desde 2009, criou um site especializado para que um público que esteja acostumado a investir em imóveis físicos possa entender o funcionamento de fundos imobiliários. Atualmente o Clube FII é o maior site de fundos imobiliários do Brasil.
Quando se fala em investimentos , a primeira coisa que os especialistas em finanças recomendam é gastar menos para poupar e sobrar dinheiro para investir. Um tanto óbvio, mas algo que as pessoas simplesmente têm dificuldade em fazer. Da mesma maneira, sabe-se o que se deve fazer para emagrecer. Ainda assim, são poucos os que têm determinação para tal. Se as pessoas têm consciência do que deve ser feito para economizar e investir, por que então é difícil sobrar dinheiro ao final do mês?
Saber o que deve ser feito para poupar não é suficiente. A dificuldade de economizar é sintoma de um problema, que deve ser devidamente compreendido.
Não é de hoje que somos bombardeados por propagandas que associam e condicionam o bem-estar humano ao consumo de bens materiais e à valorização de determinados costumes. Com a personificação da publicidade pelas redes sociais, as pessoas parecem estar ainda mais ávidas ao consumo.
O advento de digital influencers, que misturam intimidade com divulgação de produtos e de um lifestyle apelativo ao senso comum de sucesso, causa um impacto muito maior no indivíduo, aumentando sua ansiedade para adequar-se aos padrões comportamentais divulgados. Soma-se a isto a influência de seus próprios contatos.
Edward Bernays, um dos maiores gênios do marketing que existiu, também foi um dos maiores especialistas em manipulação. O trabalho dele era entender o funcionamento da mente humana para criar nela desejos de consumo de itens totalmente dispensáveis.
Para obter essa profunda compreensão da mente, Bernays utilizou-se da produção intelectual de seu tio, ninguém menos que o pai da psicanálise, Sigmund Freud. Entendeu a origem dos nossos desejos para itens dispensáveis e, a partir daí, aprendeu a manipular as pessoas a desejarem ainda mais.
Uma de suas proezas foi a de ajudar a indústria de cigarro, adicionando milhões de novos consumidores no mercado. Naquela época, o fumo era considerado um hábito exclusivamente masculino, mas as fábricas de cigarro perceberam que se mulheres também fumassem, o mercado poderia dobrar de tamanho.
Então Bernays trabalhou para quebrar essa tradição e “normalizar” o consumo de cigarro por mulheres. Teve grande sucesso em sua campanha que associava o consumo feminino de cigarro a “tochas da liberdade”. O próprio Bernays achava incrível o quão fácil era manipular as massas.
A compreensão, pelo menos em algum nível, de como a propaganda nos atinge é fundamental para que possamos reduzir o efeito dela em nossas mentes. A consequência disto é o consumo consciente, em que somos capazes de subtrair de nosso cotidiano o que é dispensável, facilitando então, a sobra de mais recursos para investir. Dependendo do grau de compreensão, podemos não somente anular o desejo de consumo inútil como também nos tornar independentes, desassociando a felicidade da posse de algum novo produto.
Imagine, hoje em dia, uma propaganda enaltecendo os fumantes e associando o cigarro à liberdade e à plenitude. Soaria no mínimo incongruente, concorda? É notório o mal que o cigarro causa e esse tipo de associação evidenciaria um desejo de manipulação. Simplesmente não funcionaria.
Hoje, o que se vê nas redes sociais é igualmente fictício. A diferença é que a sociedade ainda acredita nesse ambiente, como no passado se acreditou que fumando um cigarro poderia se aproximar de beleza, elegância e poder.
Não há mais felicidade sendo vendida através da fumaça do cigarro. O que há são pessoas se mostrando felizes porque têm tal relógio, carro, tênis, fazem viagens, são empreendedoras de sucesso, possuem corpo moldado perfeitamente aos padrões inatingíveis pela maior parte da população, por isso muito filtro e Photoshop. Isso revela um sintoma inequívoco de uma sociedade subalterna, capturada pela ilusão de que esses elementos são a representação do sucesso, da felicidade.
O que se percebe hoje é que não é mais a empresa a grande protagonista da propaganda. São os próprios consumidores. Quando querem se mostrar felizes, posam orgulhosamente junto a algum produto, divulgando-o de graça aos seus contatos. Não é surpresa que a confiança é a melhor forma de publicidade. É o seu amigo, e não a empresa, a recomendar o produto.
Infelizmente as pessoas que seguem esses padrões impostos de consumo só serão capazes de serem verdadeiramente felizes se a eles forem subservientes. A vida pode tornar-se banal, pois a miséria existencial refletida por esta crença, em que se reverencia todos esses “decretos” de consumo, afastam-nas de resultados que tragam algum tipo de satisfação robusta e duradoura. Acreditam ser esse o caminho para um oásis, quando na verdade rastejam para o ponto culminante da mediocridade.
A crença no sucesso e na felicidade pelo consumo desenfreado e inconsciente rejeita qualquer espécie de felicidade extraída de experiências simples ou baratas, não associadas diretamente a posses materiais ou adequadas aos padrões comportamentais impostos.
Se grande parte do consumo é inútil, qual seria a necessidade de investir dinheiro para ter mais no futuro? A resposta desta pergunta pode ser respondida somente por você, pois o consumo em si não é bom ou mau. O que determina algum grau de subserviência é se o desejo está ligado ao status, à carência ou se trata de um desejo genuíno.
Por exemplo, existem diversas formas de desejar um carro como uma Ferrari. Uma delas seria por status, a outra, por uma sensação de diversão que pode ser comparada ao desejo genuíno de uma criança por um brinquedo. Logo, o indivíduo deve se perguntar se esse desejo responde a que tipo de estímulo. Carência? Insegurança? Ou simplesmente a busca por uma experiência pessoal verdadeiramente extraordinária? Essa resposta é impossível de ser respondida baseada somente no desejo em si.
Agora a parte legal: Por que com fundos imobiliários é mais fácil economizar?
Muitas pessoas que leram até aqui podem julgar que se encontram na categoria das iludidas por esse ambiente fictício da propaganda, compreender e até concordar com esse texto, mas ainda assim não conseguir se libertar totalmente dessas amarras.
Eu não tenho pretensão nem ilusão de que podemos nos livrar facilmente de todas as manipulações e os desejos consumistas. Eu, que reflito bastante sobre o tema, não sou livre desse problema. Pelo menos tenho consciência e nem um pouco de orgulho quando desejo ter algo por resposta a algum sentimento de impotência.
O mais importante é termos consciência da servidão e em qual grau ela nos atinge. Esse é o primeiro passo para tentar combatê-la e finalmente conseguir economizar, mesmo que você não se livre de todos os desejos inúteis de consumo.
Com os fundos imobiliários esse processo tende a ser mais fácil. Vamos supor um cenário em que seja possível se livrar da ânsia pelo consumo somente em algum grau. Como os fundos imobiliários geram rendimentos aos seus cotistas todos os meses, podemos começar tentando dar valor pelo menos à renda que ele nos gera.
Por exemplo, R$ 10.000,00 investidos em fundos imobiliários são suficientes para se obter uma renda possível de R$ 65,00 mensais ou R$ 780,00 anuais, com grau de previsibilidade muito acima da média de outros tipos de ativos que geram dividendos, facilitando enormemente a utilização dos recursos provenientes da renda no longo prazo.
Em vez de pensar no que R$ 10.000,00 poderiam proporcionar no presente, pense no que R$ 65,00 mensais ou R$ 780,00 anuais, por prazo indefinido, podem proporcionar. Esse valor mensal é suficiente para assinar alguns serviços de streaming, como Spotify e Netflix, e ainda sobrar um pouco para outra aquisição ou reinvestimento; se pensar anualmente, seria suficiente para aquisição de uma passagem de avião para algum destino interessante. O fundamental não é se livrar do consumo, mas dar valor e extrair o máximo que este possa lhe proporcionar.
Já parou para pensar como uma ferramenta de streaming de áudio é milagrosa? Lembra dos tempos em que comprávamos CDs, vinis e até fitas cassetes para ouvir nossas músicas favoritas? Já pensou se naquela época você fosse apresentado a um dispositivo de bolso sem fios que permite, de qualquer lugar do mundo, escolher qualquer música, apertar um simples botão e ouvi-la instantaneamente? Certamente isso causaria frisson na época e quem tivesse acesso a esse dispositivo poderia ser considerado uma espécie de semideus. E estamos falando de menos de 30 anos atrás.
Quer ainda uma abordagem ainda mais surpreendente sobre esse mesmo tema? No século XVIII surgiram os grandes compositores da era de ouro da música clássica, como Wolfgang Amadeus Mozart, Ludwig van Beethoven, Joseph Haydn e tantos outros. Para que essas músicas fossem tocadas, orquestras inteiras precisavam ser organizadas para reproduzi-las. Pouquíssimas pessoas tinham a oportunidade de experimentar ouvi-las, e pouquíssimas vezes em suas vidas inteiras.
Voltando ao século XXI, basicamente qualquer um tem acesso a absolutamente todas as músicas clássicas, de todos os períodos históricos, na hora que quiser, de onde quiser e quantas vezes desejar. Naquela época, nem um rei sequer sonhava em ter tanto poder. Isso não é o máximo? Olhando por essas perspectivas, essas ferramentas podem ser compreendidas como verdadeiros milagres.
Essa forma de apreciar experiências mais acessíveis nos ajuda a nos sentir mais satisfeitos por mais tempo. Como efeito colateral, ainda tem o poder de reduzir outros hábitos de consumo e finalmente conseguir poupar dinheiro para investir.
Esse exemplo dos streamings de áudio pode ser aplicado a qualquer outra experiência. Basta olhá-la a partir de uma perspectiva que não esteja sintonizada com uma percepção comum. Economizar tem tudo a ver com psicologia e filosofia. Sem o pensamento não haverá como combater o desejo de consumo, o que causa a dificuldade de reservar dinheiro para investir. E sem questionar não saímos do lugar, não evoluímos como indivíduos. Só repetimos.
*Rodrigo Cardoso de Castro é sócio-fundador do site Clube FII. Formado em Tecnologia da Informação e investidor de fundos imobiliários desde 2009, criou um site especializado para que um público que esteja acostumado a investir em imóveis físicos possa entender o funcionamento de fundos imobiliários. Atualmente o Clube FII é o maior site de fundos imobiliários do Brasil.