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Green skills: a sustentabilidade como premissa para a atuação corporativa

ESG levará todos os profissionais a terem abordagem holística

o Brasil já possui 2,3 milhões de trabalhadores que ocupam os chamados empregos verdes ( pcess609/Getty Images)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 5 de junho de 2024 às 07h42.

* por Washington Botelho

O compromisso do mundo corporativo com o enfrentamento às mudanças climáticas tem avançado ano após ano. Não só porque trata-se de uma postura esperada por funcionários, acionistas e clientes, mas porque as evidências científicas – e a força da natureza – não deixam dúvidas de que é preciso agirmos com rapidez.

De acordo com levantamento do IBGE realizado em 2023, o Brasil já possui 2,3 milhões de trabalhadores que ocupam os chamados empregos verdes. Ou seja, desempenham atividades que contribuem diretamente para redução da poluição, da geração de resíduos, do consumo de água e da emissão de carbono, por exemplo. Não se trata apenas de engenheiros ambientais, mas de profissionais que buscam especialização para atuarem nos mais diferentes segmentos impactando positivamente os negócios por meio de uma abordagem sustentável.

Na JLL, por exemplo, a sustentabilidade sempre foi tema transversal dos projetos. Porém, somente há três anos uma área específica foi criada no Brasil para atuar com mais empenho, diligência e assertividade sobre a questão. Esse é um movimento natural das companhias. Conforme a pauta se adensa, mais estruturas são criadas. Segundo estudo da Organização Mundial do Trabalho, a economia verde deve extinguir 78 milhões de postos e criar outros 103 milhões de empregos verdes até 2030 (um saldo positivo de 25 milhões). Ou seja, estamos falando de uma realidade que nos espera na próxima esquina.

Ao mesmo tempo, temos visto na prática a valorização constante das green skills. Isto é, das habilidades voltadas para a sustentabilidade que podem – e devem – ser aplicadas a partir de qualquer cargo, independentemente dele estar ligado diretamente à mitigação de danos ambientais e sociais. Relatório do LinkedIn sobre o tema aponta que as green skills têm sido exigidas para vagas que não necessariamente se classificam como empregos verdes.

Isso mostra que empresas voltadas para os pilares do ESG estão entendendo que sustentabilidade não pode ser uma área da companhia, apartada das demais. Ela implica em uma abordagem holística, capaz de englobar todas as práticas de uma organização, passando a ser a lente pela qual a instituição atua. No mercado imobiliário, isso não poderia ser diferente. Responsável por cerca de 40% das emissões globais de carbono, o real estate tem feito um esforço consciente para se tornar cada vez mais verde.

Como gestor, quando penso em uma cultura corporativa sólida em relação aos aspectos de ESG, passo a buscar profissionais que se alinhem com essa visão de mundo – independentemente do cargo que ocupem. Essa tendência deve se fortalecer cada vez mais, retroalimentando esse ciclo positivo de sustentabilidade. Não há área de atuação que escape à lente verde que vem “contaminando” o mundo corporativo. Ainda bem!

*Washington Botelho é Presidente da JLL Work Dynamics para a América Latina. Iniciou sua carreira na Xerox, onde ao longo de 20 anos exerceu diversas funções de liderança no Brasil. Foi VP/GM para Mercados Emergentes nos EUA, Presidente LATAM da Adecco e CEO da ISS Brasil antes de se juntar à JLL.

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* por Washington Botelho

O compromisso do mundo corporativo com o enfrentamento às mudanças climáticas tem avançado ano após ano. Não só porque trata-se de uma postura esperada por funcionários, acionistas e clientes, mas porque as evidências científicas – e a força da natureza – não deixam dúvidas de que é preciso agirmos com rapidez.

De acordo com levantamento do IBGE realizado em 2023, o Brasil já possui 2,3 milhões de trabalhadores que ocupam os chamados empregos verdes. Ou seja, desempenham atividades que contribuem diretamente para redução da poluição, da geração de resíduos, do consumo de água e da emissão de carbono, por exemplo. Não se trata apenas de engenheiros ambientais, mas de profissionais que buscam especialização para atuarem nos mais diferentes segmentos impactando positivamente os negócios por meio de uma abordagem sustentável.

Na JLL, por exemplo, a sustentabilidade sempre foi tema transversal dos projetos. Porém, somente há três anos uma área específica foi criada no Brasil para atuar com mais empenho, diligência e assertividade sobre a questão. Esse é um movimento natural das companhias. Conforme a pauta se adensa, mais estruturas são criadas. Segundo estudo da Organização Mundial do Trabalho, a economia verde deve extinguir 78 milhões de postos e criar outros 103 milhões de empregos verdes até 2030 (um saldo positivo de 25 milhões). Ou seja, estamos falando de uma realidade que nos espera na próxima esquina.

Ao mesmo tempo, temos visto na prática a valorização constante das green skills. Isto é, das habilidades voltadas para a sustentabilidade que podem – e devem – ser aplicadas a partir de qualquer cargo, independentemente dele estar ligado diretamente à mitigação de danos ambientais e sociais. Relatório do LinkedIn sobre o tema aponta que as green skills têm sido exigidas para vagas que não necessariamente se classificam como empregos verdes.

Isso mostra que empresas voltadas para os pilares do ESG estão entendendo que sustentabilidade não pode ser uma área da companhia, apartada das demais. Ela implica em uma abordagem holística, capaz de englobar todas as práticas de uma organização, passando a ser a lente pela qual a instituição atua. No mercado imobiliário, isso não poderia ser diferente. Responsável por cerca de 40% das emissões globais de carbono, o real estate tem feito um esforço consciente para se tornar cada vez mais verde.

Como gestor, quando penso em uma cultura corporativa sólida em relação aos aspectos de ESG, passo a buscar profissionais que se alinhem com essa visão de mundo – independentemente do cargo que ocupem. Essa tendência deve se fortalecer cada vez mais, retroalimentando esse ciclo positivo de sustentabilidade. Não há área de atuação que escape à lente verde que vem “contaminando” o mundo corporativo. Ainda bem!

*Washington Botelho é Presidente da JLL Work Dynamics para a América Latina. Iniciou sua carreira na Xerox, onde ao longo de 20 anos exerceu diversas funções de liderança no Brasil. Foi VP/GM para Mercados Emergentes nos EUA, Presidente LATAM da Adecco e CEO da ISS Brasil antes de se juntar à JLL.

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