Faria Lima: o condado onde o mercado de escritórios permanece aquecido
A famosa área nobre, com aproximadamente 500 mil m² de prédios corporativos, é a principal região de São Paulo e não perdeu a coroa mesmo com a pandemia
Karla Mamona
Publicado em 11 de maio de 2021 às 15h02.
Última atualização em 3 de junho de 2021 às 13h22.
Se existe um senso comum, é o de que ninguém passou ileso pela pandemia de Covid-19. De um jeito ou de outro, empresas, pessoas e segmentos inteiros sentiram algum impacto. No mercado de escritórios, não foi diferente. A cidade de São Paulo, que começou 2020 com excelentes perspectivas, teve queda no volume de negócios com a chegada do novo coronavírus. A maioria das regiões registrou absorção líquida negativa. O destaque entre as exceções foi a Faria Lima.
A famosa área nobre, com aproximadamente 500 mil m² de prédios corporativos, é a principal região de São Paulo. Também conhecida como Central Business Distric, concentra prédios de altíssimo padrão, que atraem a atenção de grandes empresas, principalmente do setor financeiro.
Quando a pandemia chegou, a Faria Lima registrava baixa taxa de disponibilidade da cidade, de apenas 4,8%, e preço médio pedido na faixa de R$ 180,00/m². Em março, com a chegada do coronavírus, as empresas correram para colocar os funcionários em trabalho remoto e os planos de expansão e a tomada de novos espaços entraram em revisão. As questões econômicas ganharam mais relevância e começamos a falar em devoluções na cidade como um todo.
Conheça as melhores recomendações para a sua carteira de FIIs com o DNA Imobiliário
Depois de mais de um ano imersos na pandemia, chegamos a 2021 com a taxa de vacância de 24,1%, 4,9 p.p. maior do que no começo de 2020. Na Faria Lima, o índice dobrou e chegou a 10%. Então, como dizer que a região sentiu menos a crise que o resto da cidade? Tivemos ou não grandes desocupações na Faria Lima?
A resposta é que não houve grande devolução, mas, sim, a entrega de novo estoque na região, o que forçou a vacância para cima. Novos empreendimentos importantes foram entregues, como o Birmann 32, com 52.000 m², e o Seculum II, com 12.000 m², no quarto trimestre do ano passado.
Apesar de mais espaço, os valores de negociação também subiram. O Birmann 32, por exemplo, registra preço médio pedido de R$ 220,00/m², enquanto a região da Faria Lima, que permanece com mercado favorável aos proprietários, apresenta R$ 195,00/m². Na cidade, o valor médio é de R$ 87,00/m².
O empreendimento inaugurou com taxa de disponibilidade de 44%, ou seja, com 56% ocupado. Só o Facebook foi responsável pela ocupação de mais de 23.000 m².
A expectativa para 2021 é que as regiões nobres da cidade continuem sentindo menos os impactos da pandemia e, quando a vacina chegar para a maioria, devem ser as primeiras a se recuperarem. A Faria Lima ficará bem após a pandemia, como sempre ficou. Será preciso mais do que uma crise sanitária global para tirar a coroa dessa área nobre de São Paulo.
*Paulo Casoni é diretor de Vendas da JLL.
Se existe um senso comum, é o de que ninguém passou ileso pela pandemia de Covid-19. De um jeito ou de outro, empresas, pessoas e segmentos inteiros sentiram algum impacto. No mercado de escritórios, não foi diferente. A cidade de São Paulo, que começou 2020 com excelentes perspectivas, teve queda no volume de negócios com a chegada do novo coronavírus. A maioria das regiões registrou absorção líquida negativa. O destaque entre as exceções foi a Faria Lima.
A famosa área nobre, com aproximadamente 500 mil m² de prédios corporativos, é a principal região de São Paulo. Também conhecida como Central Business Distric, concentra prédios de altíssimo padrão, que atraem a atenção de grandes empresas, principalmente do setor financeiro.
Quando a pandemia chegou, a Faria Lima registrava baixa taxa de disponibilidade da cidade, de apenas 4,8%, e preço médio pedido na faixa de R$ 180,00/m². Em março, com a chegada do coronavírus, as empresas correram para colocar os funcionários em trabalho remoto e os planos de expansão e a tomada de novos espaços entraram em revisão. As questões econômicas ganharam mais relevância e começamos a falar em devoluções na cidade como um todo.
Conheça as melhores recomendações para a sua carteira de FIIs com o DNA Imobiliário
Depois de mais de um ano imersos na pandemia, chegamos a 2021 com a taxa de vacância de 24,1%, 4,9 p.p. maior do que no começo de 2020. Na Faria Lima, o índice dobrou e chegou a 10%. Então, como dizer que a região sentiu menos a crise que o resto da cidade? Tivemos ou não grandes desocupações na Faria Lima?
A resposta é que não houve grande devolução, mas, sim, a entrega de novo estoque na região, o que forçou a vacância para cima. Novos empreendimentos importantes foram entregues, como o Birmann 32, com 52.000 m², e o Seculum II, com 12.000 m², no quarto trimestre do ano passado.
Apesar de mais espaço, os valores de negociação também subiram. O Birmann 32, por exemplo, registra preço médio pedido de R$ 220,00/m², enquanto a região da Faria Lima, que permanece com mercado favorável aos proprietários, apresenta R$ 195,00/m². Na cidade, o valor médio é de R$ 87,00/m².
O empreendimento inaugurou com taxa de disponibilidade de 44%, ou seja, com 56% ocupado. Só o Facebook foi responsável pela ocupação de mais de 23.000 m².
A expectativa para 2021 é que as regiões nobres da cidade continuem sentindo menos os impactos da pandemia e, quando a vacina chegar para a maioria, devem ser as primeiras a se recuperarem. A Faria Lima ficará bem após a pandemia, como sempre ficou. Será preciso mais do que uma crise sanitária global para tirar a coroa dessa área nobre de São Paulo.
*Paulo Casoni é diretor de Vendas da JLL.