O que a maior aquisição da história do Magalu quer dizer para sua empresa?
O interesse de gigantes em comprar startups e empresas menores faz com que todo empresário tenha que se preparar para um possível exit
Publicado em 21 de julho de 2021 às, 16h58.
Última atualização em 21 de julho de 2021 às, 16h58.
Por: Felipe Collins
Na última semana o mercado foi impactado pela notícia de mais uma compra feita pelo Magalu. Adquirida por 3,5 bilhões de reais, a Kabum!, plataforma de comércio eletrônico de produtos de tecnologia, se juntou às outras 20 aquisições feitas pela empresa da família Trajano em um ano e meio.
Por trás de tantas compras - inclusive com negócios bilionários, como a compra da Kabum! - há a estratégia do negócio de se tornar um ecossistema completo para seus clientes - tanto os consumidores finais quanto outros varejistas que queiram vender seus produtos utilizando o marketplace do Magalu.
A ideia é ter tentáculos em todas as etapas da cadeia: dos anúncios on e offline (o que explica, por exemplo, a compra de criadores de conteúdo como Jovem Nerd e Canaltech) aos pagamentos (o que justifica a aquisição das fintechs Hub e Bit55). Tudo isso sem deixar de lado, claro, a entrada em novas categorias de varejo (como demonstra a aquisição da Netshoes, principal ecommerce de esportes do país).
Com isso, a empresa ganha mais pontos de contato ao longo da jornada dos clientes, que passam a confiar em propriedades do Magalu para atividades que vão da descoberta de novos produtos e tendências às transações financeiras do dia a dia, mesmo que não relacionadas com a compra e venda de produtos na plataforma.
Quanto mais pontos de contato o Magalu consegue estabelecer com seus clientes, mais relevante se torna para essas pessoas, melhor entende seus comportamentos e, assim, consegue oferecer novos produtos e serviços que se adequem às suas necessidades (ampliando a lucratividade obtida com cada cliente e, portanto, a margem do negócio como um todo).
Como disse o consultor especializado em varejo Marcos Gouvêa em uma entrevista recente à Exame, “um ecossistema de negócios é assim: quanto maior você é, maior você fica”.
Momento propício
Como o caso do Magalu demonstra, a forma mais rápida que uma empresa tem para criar um ecossistema completo para seus clientes é via fusões e aquisições (ou M&As na sigla emprestada do inglês). Este é o caminho percorrido também por outras empresas que estão na busca de se tornarem ecossistemas completos para seus clientes, como a Locaweb, que também tem sido um expoente dos movimentos de M&A no Brasil nos últimos meses.
A estratégia de construir ecossistemas tão parrudos tem ganhado fôlego por motivos que vão além de um desejo do consumidor de ter uma oferta mais ampla.
De um lado há fatores diretamente relacionados às gigantes: elas estão chegando com mais facilidade à Bolsa de Valores e, as já listadas, são muito cobradas pelos investidores por usar o dinheiro conseguido em suas ofertas de ações em movimentos de transformação digital ou na simples demonstração de força perante o mercado.
Na ponta das pequenas e médias empresas e startups, o cenário macroeconômico incerto e o menor acesso a linhas tradicionais de crédito dificultam a perspectiva de sobrevivência do negócio no médio ou longo prazo. Em outros casos, o câmbio favorável ao investidor estrangeiro levou à chegada de mais fundos de Venture Capital nessas empresas e a pressão por eventos de liquidez (a oportunidade do investidor tem um retorno sobre o valor pago por uma parcela do negócio) tornam o Exit, como é chamado o movimento de M&A na perspectiva de quem vende o negócio, um caminho natural.
No ebook Chegou a Hora de Vender a Minha Empresa?, construído em parceria entre o time da Future Dojo e a ACE, são listados também outros motivos que já vi com alguma frequência, como a vontade dos sócios de mudar de área sem querer ver o negócio construído com tanto suor ser encerrado, ou o entendimento de que, ao se aliar a um gigante, o produto poderá chegar a mais clientes e atingir um novo patamar no mercado.
Impactos para todos
A maior vontade dos gigantes em comprarem startups e empresas menores e a profusão de motivos que levam estes pequenos negócios a sentarem à mesa de negociação faz com que todo empresário tenha que se preparar para um possível exit, mesmo que essa não seja sua estratégia favorita.
O cenário pode mudar e essa começar a ser uma opção ou então uma abordagem tentadora pode levar o empreendedor a mudar de ideia.
A diferença é que, aqueles que se preparam melhor para este momento costumam conduzir negociações muito melhores. Vender uma empresa é totalmente diferente de vender os produtos ou serviços desta empresa então mesmo os fundadores com maior habilidade comercial costumam se cercar de dúvidas quando chega o momento de discutir esse tipo de acordo.
Já vi muitos empresários que, por não estarem bem preparados, deixaram muito dinheiro na mesa - estou falando de diferenças de mais de 10 vezes no preço final do negócio - ou até melaram a negociação por fazer imposições sem sentido ou não entender ao certo os termos do contrato.
Buscar informações sobre o assunto, conversar com empreendedores que também já viveram esse dilema e se aliar a advogados e consultores que entendem os meandros dessas negociações faz muita diferença no resultado final do acordo - e o quanto ele vai estar alinhado às expectativas iniciais dos fundadores da empresa. Por saber a importância de tudo isso reunimos todo esse elemento quando os time da Future Dojo e da ACE criou a Exit Makers, uma imersão completa, com 30 horas de conteúdos ao vivo, para empreendedores em busca de um bom exit.
Se este é o seu caso, te convido para conhecer o conteúdo do curso e se juntar a nós nessa jornada.