Abraçar ferramentas e métodos que proporcionem uma melhor gestão do tempo se tornou mandatório tanto para ter alta performance quanto para equilibrar vida pessoal e profissional (Thinkstock/Thinkstock)
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Publicado em 24 de março de 2021 às 18h40.
Este mês de março marcou um ano desde quando a OMS decretou que o mundo vivia uma pandemia. Além da doença em si e de todos os desdobramentos clínicos, sanitários, econômicos e sociológicos, uma das consequências desse momento foi a necessidade que as pessoas tiveram de reaprender muitas de suas atividades.
Organizar melhor suas rotinas e fazer uma gestão mais efetiva das agendas foi uma dessas grandes mudanças. Com mais gente trabalhando de casa, a quantidade e o perfil de reuniões mudou, e saber ser produtivo neste cenário se tornou um desafio.
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Nesse cenário, abraçar ferramentas e métodos que proporcionem uma melhor gestão do tempo se tornou mandatório tanto para ter alta performance quanto para equilibrar vida pessoal e profissional.
Opções deste tipo não faltam. Dos aplicativos mais simples para criação de listas de tarefas (como o Todoist) aos métodos mais complexos para a organização de rotinas (como o GTD, criado por David Allen no final dos anos 1990), ou até uma adaptação de Scrum ou Kanban em nível individual.
Mais do que uma ou outra técnica, o que faz a diferença quando buscamos formas de melhorar nossa abordagem quanto à gestão do tempo é desenvolver um modelo mental que, de fato, se adapte a este objetivo.
No início do ano comentei aqui na coluna o quanto acredito que os fundamentos do Lean, a metodologia nascida nas fábricas da Toyota e depois adaptada para os escritórios de startups e gigantes, podem se transformar em uma abordagem que impacte também a nossa rotina pessoal.
Conceitos como sonhar grande, mas começar pequeno e escalar rápido e o desenvolvimento de projetos com base em ciclos rápidos de feedback e aprendizado são abordagens criadas para garantir um uso racional de recursos - não só os materiais e financeiros, mas também o mais valioso de todos: o nosso tempo
Quanto mais operamos seguindo os preceitos do Lean, mais vemos que ele vai muito além de uma metodologia de gestão de projetos. É na verdade uma filosofia de vida, que pode nos ensinar muito sobre fazer mais - e melhor -, com foco naquilo que precisa ser feito de fato.
O impacto das metodologias ágeis em um melhor uso do tempo e aumento da produtividade são tão grandes que até mesmo aquelas criadas como abordagens para organizar melhor as atividades de um grupo de profissionais podem ser adaptadas para sua rotina pessoal.
É o caso do Scrum. Nascido para gerir projetos de times de desenvolvimento de software, nos últimos anos este método foi ganhando outras áreas das empresas (do marketing ao RH) e se tornou uma das competências mais desejadas pelas organizações na hora de atrair novos talentos.
Mas assim como o Scrum se adaptou às rotinas de times com dinâmicas diferentes das áreas de tecnologia (se quiser se aprofundar no tema, conheça o Transformação Ágil, que explica como os métodos ágeis podem transformar os mais diversos setores, negócios e carreiras), a metodologia também pode ser adaptada para melhorar a sua produtividade e organização pessoais.
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Eu mesmo passei por isso. Meus primeiros contatos com as rotinas do Scrum foram quando eu estava começando a desenhar o departamento de marketing da ACE e ainda não contava com um time para me apoiar (na época, eu me chamava de “euquipe” de marketing).
Conhecer as rotinas do sprint (do planejamento à revisão de tudo o que foi feito) me ajudou a ganhar muita clareza sobre o tempo que eu gastava com cada projeto e o grau de esforço que dedicava a eles.
Mas entre todas as rotinas e rituais desta metodologia, a que mais me ajudou a ter uma melhor gestão do meu próprio tempo foram as daily meetings. Não que eu fizesse reuniões sozinho, mas usar o mesmo racional desta reunião para organizar as minhas tarefas foi fundamental para terminar a maioria dos dias com sensação de dever cumprido.
A daily meeting é um ritual bastante simples. Nele, cada membro do time deve apresentar aos demais, de forma bem breve, a resposta para três questões:
Quando estamos em equipe, a daily meeting é uma arma importante para fazermos repriorizações (muitas vezes você descobre que pode ajudar um colega com determinada missão se mudar a ordem com que vai executar suas tarefas) e para que todos estejam sempre na mesma página.
Basicamente, o trio de perguntas também garante a resposta para a seguinte indagação: “como posso ter o maior impacto com o meu tempo?”
Se o seu time ainda não abraçou as metodologias ágeis, porém, não desista da daily meeting. Ao revisar suas tarefas do dia anterior, planejar as missões do dia atual e analisar se há algum problema pela frente, você para de ter aquela sensação de que poderia estar fazendo algo mais proveitoso ou que traria maior impacto para a empresa ou para o projeto.
Essa atividade de revisar e planejar o dia faz parte de várias dinâmicas de gestão de tempo. Você pode (e deve, na verdade) adaptá-la para fazer sentido na sua realidade. O importante é ganhar esse hábito e acompanhar de perto o impacto que ele pode ter na sua jornada por um uso melhor do seu tempo.
Este talvez seja o primeiro passo para que você se torne uma pessoa mais produtiva e ganhe horas de vida para investir naquelas atividades que te dão mais prazer. Para ter uma boa ajuda nesse início - ou para dar os próximos passos - não deixe de fazer as aulas do curso Gestão do Tempo e Produtividade.