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Petrobras ou Caminhoneiros - Quem você escolheria?

Qual a real força do governo sobre o preço do diesel?

Volume de serviços do Brasil registrou em maio a maior queda em sete anos, afetado pela greve dos caminhoneiros  / (Ueslei Marcelino/Reuters) (Ueslei Marcelino/Reuters)
Volume de serviços do Brasil registrou em maio a maior queda em sete anos, afetado pela greve dos caminhoneiros / (Ueslei Marcelino/Reuters) (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Etiqueta Financeira

Publicado em 15 de abril de 2019 às, 10h29.

Última atualização em 16 de abril de 2019 às, 13h02.

O governo federal terá mais um enorme abacaxi para descascar nos próximos dias. Refiro-me à suspensão do aumento médio de 5,7%  no preço do diesel. O reajuste deveria ter entrado em vigor na última sexta-feira, mas não entrou.

Vamos lembrar que o diesel tem um impacto forte na cadeia produtiva, e com reflexo direto nos índices de inflação, pois quase todos os produtos são transportados por rodovias, um atraso enorme de produtividade e de ganho de escala no transporte. Algo que uma malha ferroviária resolveria.

O impacto do custo desta ineficiência em nossa logística nacional vem em forma de inflação nos produtos que consumimos. Em março deste ano foi de 0,75%, o maior índice para  o mês de março, desde 2015. E os fatores que mais influenciaram foram justamente os preços dos combustíveis e dos alimentos, principalmente os hortifruti, estes mais impactados pelas chuvas constantes.

Além da pressão dos caminhoneiros que ameaçam novas manifestações, no ano passado paralisaram o país por 10 dias e isso nos custou mais que 1 ponto percentual do PIB , tenho que lembrar que houve inflação de tudo. Nos últimos doze meses, o acumulado da inflação é de 4,58%. Como diz aquela frase no para-lama : Sem  caminhão o Brasil pára.

Por outro lado, o adiamento do reajuste provocou uma grande queda nas bolsas de valores. O valor de mercado da Petrobras teve uma perda que chegou a R$ 32,4  bilhões. O aumento do preço do diesel proposto pela estatal é o reflexo das cotações internacionais.

Esta armadilha econômico-financeira foi criada por inúmeros políticos e suas esperanças de nomearem e serem nomeados para cargos em uma estatal, seja ela a Petrobrás ou não. Monopólios são cupins econômicos e estatização o substrato que lhes serve de alimento.

É uma equação complexa que governo nenhum poderia resolver, justamente porque um governo é formado de três poderes e, no mínimo dois deles, sabem que muito de sua sobrevivência pessoal depende da existência de monopólios e oligopólios estatais, seja na Petrobrás, seja na distribuição de água ou luz.

Quem pode resolver? Somente o livre mercado com concorrência e livre iniciativa.

Mauro Calil é fundador da Academia do Dinheiro