Exame.com
Continua após a publicidade

Tanto faz

Podendo pagar, escolha entre o Audi A6 e A7 é subjetiva, e não técnica

Audi: entre a formalidade do sedã e a descontração do cupê (Audi/Divulgação)
Audi: entre a formalidade do sedã e a descontração do cupê (Audi/Divulgação)
C
Car & Fun

Publicado em 24 de outubro de 2019 às, 08h12.

Última atualização em 24 de outubro de 2019 às, 17h26.

Ó, dúvida cruel! Qual dos modelos escolher para desfilar pelas ruas do Rio de Janeiro em um dia ensolarado — com um pedido de desculpas pela falta de modéstia? O descolado Audi A7 Sportback, cupê cheio de pose e charme, ou o sóbrio Audi A6, sedã classudo e elegante? Sim, a opção teria que se dar pura e simplesmente pelo estilo dos carros, porque, se fosse depender do acabamento interior, da tecnologia embarcada e da motorização, eu não sairia do lugar, por uma simples razão: os irmãos, embora com personalidades distintas quando vistos do lado de fora, têm a mesma essência se avaliados a partir de seu interior.

Bem, com todo o respeito aos mais formais, prefiro a descontração de um cupê. Foi dele que eu assumi os comandos, mas devo confessar que a decisão ocorreu depois de olhar por um bom tempo para um e para outro, sem parar, como se estivesse assistindo a uma disputada partida de tênis. Tentei dar um caráter mais técnico para o desempate, puxando os números de desempenho. Não demorei muito para constatar que não seria a partir dali que eu sairia do impasse. Senão, vejamos.

Audi: entre a formalidade do sedã e a descontração do cupê.

Audi: entre a formalidade do sedã e a descontração do cupê (Audi/Divulgação)

Equipados com motor 3.0, que desenvolve 340 cv de potência e torque de 500 Nm, e transmissão S tronic de sete velocidades, ambos têm número parecidos. O A6 faz de 0 a 100 km/h em 5,1 segundos e o A7, em 5,3 segundos. A diferença de míseros dois segundos se dá porque o A7 é mais pesado, mas essa comprovação só seria colocada à prova por um ás do volante, e em condições especiais de temperatura, pressão e, claro, tráfego. Isso não se aplicaria a mim, um simples motorista, ainda mais encurralado no trânsito carioca. Mesmo que conseguisse chegar a esse veredicto, bastou saber que nenhum dos dois passaria dos 250 km/h, velocidade controlada eletronicamente. Me dei por satisfeito. Os dois eram, a meu ver, praticamente iguais.

A saída poderia ser comparar os equipamentos em favor de conforto, segurança, entretenimento, condução, mas também não seria por aí que eu resolveria meu dilema. Deu empate. A6 e A7 são recheados de tecnologia que auxilia os ocupantes dessas salas de estar móveis — ou, melhor dizendo, estão cada vez mais em sintonia com salas de cinema, em um ambiente em que as telas, além de crescerem, se proliferam pelo painel e console, ou mesmo salas de concerto, a se julgar pela qualidade do sistema de som Bang & Olufsen 3D, com nada menos do que 16 alto-falantes e 705 watts de potência.

Audi: Visto por dentro, A6 e A7 são praticamente iguais

Audi: Visto por dentro, A6 e A7 são praticamente iguais (Audi/Divulgação)

Fosse eu um potencial comprador, teria outro critério para fazer a escolha, este, sim, definidor: o preço. O sedã A6 custa a partir de R$ 426.990,00 e o cupê A7 Sportback, a partir de R$ 456.990,00. Mas esse, definitivamente, está longe de ser o meu caso. Posso me dar ao luxo de escolher tendo como base apenas o estilo da carroceira. E foi assim que saí acelerando, feliz como se estivesse a caminho de uma pista.

Viagem a convite da Audi do Brasil

Chico Barbosa é jornalista, escritor e editor da CBNEWS e autor do blog Car & Fun. Instagram: @Chico.Barbosa