Antídoto contra a carência
Beleza do arisco Mercedes-AMG CLS 53 faz os ocupantes se sentirem o tal dentro do carro
Guilherme Dearo
Publicado em 28 de novembro de 2019 às 15h09.
Com um pedido de licença às peruas, aos sedãs, aos hatchs, às picapes e até aos badalados SUVs: os modelos com configuração cupê são mais charmosos. Ok, ok, os conversíveis, os roadster podem rivalizar nesse quesito, sabemos, dependendo da hora e do lugar. Mas falamos de um carro para usar no dia a dia, para passear, trabalhar, viajar — exibir-se para a audiência em alguns casos, sejamos sinceros. Não é à toa que até os incontestáveis SUVs de luxo estão se rendendo à irresistível sedução dos cupês, e se transformando nos seus ídolos…
Voltemos ao exemplar puro-sangue da espécie, precisamente ao que atende pelo nome Mercedes-AMG CLS 53 4MATIC+. Muito prazer! Posso te chamar de CLS 53 aqui? Obrigado.
Diante do modelo, instalou-se uma dúvida cruel: ficava observando seu desenho, de linhas fluidas, sem vincos, dando volta meio hipnotizado pelas suas curvas, ou abria logo a porta e via o que me esperava naquele ambiente que, baseado no que presenciara do lado de fora, também devia deixar um desavisado boquiaberto? A curiosidade falou mais alto. Resolvi assumir logo o papel de motorista, em vez de ficar “apenas” como um mero espectador — o que já não estava sendo nada ruim, a bem da verdade…
Ao sentar-se no banco, ato contínuo, o mais inocente motorista passa a se sentir um piloto. Não importa que o carro esteja desligado, que os comandos permaneçam apagados, que não haja som que sinalize que o motor ruge. Tudo ali foi feito para quem estiver no direção se achar “o cara”. Ergonomia dos comandos perfeita, banco que abraça o ocupante, ambiente que faz se sentir em um um cockpit de última geração de uma aeronave e um acabamento que equilibra elegância com esportividade. É de olhar, tornar a olhar e voltar a olhar para notar um detalhe, no material, na costura, na cor, que vinha passando batido…
Ah, sim, já ia me esquecendo. Estava ali para acelerar, então vamos ligar a partida. Considerando o conjunto da obra, o som que sai pelo escapamento não deixa dúvida do que está ganhando vida. É um autêntico AMG, a divisão esportiva da Mercedes que não sabe brincar; velocidade ali é coisa séria. Aquelas três letras grudadas no nome da respeitável senhora são reveladoras das verdadeiras intenções do modelo. A meu dispor, toda a juventude do novo motor 3.0 litros e seis cilindros em linha, que entrega 435 cavalos e, como se precisasse, ainda pode contar com mais 22 cv de potência com a tecnologia EQ Boost, para melhores arrancadas e retomadas. Ajuda não se recusa…
Rodar com o CLS 53 em circuitos urbanos, como em São Paulo, é um antídoto a quem está se sentindo carente. Os pedestres diminuem os passos para ver o carro passar e, se tiver alguém do lado, cutucam para fazer um comentário. A julgar pelo que o motorista do carro ao lado me falou, quando parei em um semáforo e baixei o vidro para poder ouvi-lo, imagino o que as pessoas dizem quando se referem ao carro: “Que bela máquina!”. Sim, ela é boa de ver e, agora atesto, melhor ainda de acelerar, penso, discretamente, comigo.
Agradeci o elogio e saí em busca de uma estrada para poder me concentrar apenas no que me interessava naquele momento: curtir a direção. Sim, é melhor cair na real que o máximo que se vai conseguir fazer é curtir o ato de dirigir, porque, pelas especificações do técnicas, não há pista que nos permita atingir os seus 250 km/h de velocidade final. E, quer saber? Nem precisava! Só o prazer de arrancar pisando fundo nas saídas do pedágio, em um modelo que acela de 0 a 100km/h em 4,5 segundos, já era uma diversão em tanto.
E nunca podemos nos esquecer de que, quando sair do comando, é só desfilar em volta do modelo que o prazer está garantido.
Chico Barbosa é jornalista, escritor e editor da CBNEWS . Instagram: @Chico.Barbosa
Com um pedido de licença às peruas, aos sedãs, aos hatchs, às picapes e até aos badalados SUVs: os modelos com configuração cupê são mais charmosos. Ok, ok, os conversíveis, os roadster podem rivalizar nesse quesito, sabemos, dependendo da hora e do lugar. Mas falamos de um carro para usar no dia a dia, para passear, trabalhar, viajar — exibir-se para a audiência em alguns casos, sejamos sinceros. Não é à toa que até os incontestáveis SUVs de luxo estão se rendendo à irresistível sedução dos cupês, e se transformando nos seus ídolos…
Voltemos ao exemplar puro-sangue da espécie, precisamente ao que atende pelo nome Mercedes-AMG CLS 53 4MATIC+. Muito prazer! Posso te chamar de CLS 53 aqui? Obrigado.
Diante do modelo, instalou-se uma dúvida cruel: ficava observando seu desenho, de linhas fluidas, sem vincos, dando volta meio hipnotizado pelas suas curvas, ou abria logo a porta e via o que me esperava naquele ambiente que, baseado no que presenciara do lado de fora, também devia deixar um desavisado boquiaberto? A curiosidade falou mais alto. Resolvi assumir logo o papel de motorista, em vez de ficar “apenas” como um mero espectador — o que já não estava sendo nada ruim, a bem da verdade…
Ao sentar-se no banco, ato contínuo, o mais inocente motorista passa a se sentir um piloto. Não importa que o carro esteja desligado, que os comandos permaneçam apagados, que não haja som que sinalize que o motor ruge. Tudo ali foi feito para quem estiver no direção se achar “o cara”. Ergonomia dos comandos perfeita, banco que abraça o ocupante, ambiente que faz se sentir em um um cockpit de última geração de uma aeronave e um acabamento que equilibra elegância com esportividade. É de olhar, tornar a olhar e voltar a olhar para notar um detalhe, no material, na costura, na cor, que vinha passando batido…
Ah, sim, já ia me esquecendo. Estava ali para acelerar, então vamos ligar a partida. Considerando o conjunto da obra, o som que sai pelo escapamento não deixa dúvida do que está ganhando vida. É um autêntico AMG, a divisão esportiva da Mercedes que não sabe brincar; velocidade ali é coisa séria. Aquelas três letras grudadas no nome da respeitável senhora são reveladoras das verdadeiras intenções do modelo. A meu dispor, toda a juventude do novo motor 3.0 litros e seis cilindros em linha, que entrega 435 cavalos e, como se precisasse, ainda pode contar com mais 22 cv de potência com a tecnologia EQ Boost, para melhores arrancadas e retomadas. Ajuda não se recusa…
Rodar com o CLS 53 em circuitos urbanos, como em São Paulo, é um antídoto a quem está se sentindo carente. Os pedestres diminuem os passos para ver o carro passar e, se tiver alguém do lado, cutucam para fazer um comentário. A julgar pelo que o motorista do carro ao lado me falou, quando parei em um semáforo e baixei o vidro para poder ouvi-lo, imagino o que as pessoas dizem quando se referem ao carro: “Que bela máquina!”. Sim, ela é boa de ver e, agora atesto, melhor ainda de acelerar, penso, discretamente, comigo.
Agradeci o elogio e saí em busca de uma estrada para poder me concentrar apenas no que me interessava naquele momento: curtir a direção. Sim, é melhor cair na real que o máximo que se vai conseguir fazer é curtir o ato de dirigir, porque, pelas especificações do técnicas, não há pista que nos permita atingir os seus 250 km/h de velocidade final. E, quer saber? Nem precisava! Só o prazer de arrancar pisando fundo nas saídas do pedágio, em um modelo que acela de 0 a 100km/h em 4,5 segundos, já era uma diversão em tanto.
E nunca podemos nos esquecer de que, quando sair do comando, é só desfilar em volta do modelo que o prazer está garantido.
Chico Barbosa é jornalista, escritor e editor da CBNEWS . Instagram: @Chico.Barbosa