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Temer se irrita com indefinição sobre Ministério da Justiça

Presidente pretende bater martelo sobre substituto de Alexandre de Moraes até sexta-feira

Presidente Michel Temer (Paulo Whitaker/Reuters)
Presidente Michel Temer (Paulo Whitaker/Reuters)
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Brasília em Pauta

Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às, 07h00.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 07h17.

Brasília - O presidente Michel Temer (PMDB) está correndo contra o relógio para escolher o novo titular do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Auxiliares do Palácio do Planalto admitem que o presidente está irritado com a indefinição sobre o cargo. Temer planejava anunciar o nome do substituto de Alexandre de Moraes logo após a aprovação do novo ministro do Supremo Tribunal Federal no Senado. O tiro saiu pela culatra.

Na noite desta quarta-feira (22), Temer se viu com um novo “abacaxi” nas mãos: o ministro de Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP), pediu demissão por motivos de saúde. Com isso, o peemedebista passou a ter dois ministérios vagos na Esplanada.

Interlocutores do presidente afirmaram ao Brasília em Pauta que Temer considera “pouco saudável” protelar a indicação dos substitutos de Moraes e Serra.

“A vacância nos cargos pode passar a percepção de que ninguém quer assumir as pastas. Não é essa a realidade. O presidente está escolhendo o melhor quadro para a Justiça e assim o fará para o Ministério das Relações Exteriores”, disse um auxiliar do Palácio do Planalto.

No Ministério da Justiça e Segurança Pública, Temer teria investido todas as suas fichas na nomeação do ex-presidente do STF Carlos Velloso. Após dias de indefinição, o advogado recusou o convite na semana passada.

A recusa de Velloso foi determinante para que os planos do presidente não se concretizassem. A interlocutores, porém, ele tem garantido que pretende  bater o martelo sobre a indicação do substituto de Moraes até sexta-feira (24). Para se esquivar de críticas, Temer estaria determinado a escolher um nome técnico para o posto.

“A intenção é definir e anunciar o novo ministro até sexta-feira. Depois da recusa de Velloso, zerou o jogo. O presidente leva em consideração que a pasta é muito importante para a Lava Jato. Por isso, não pode errar na escolha”, afirmou um interlocutor do presidente ao blog.

A definição do secretário nacional de segurança pública deve ficar nas mãos do novo ministro. O nome do ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro José Mariano Beltrame chegou a figurar entre os cotados.

Segundo auxiliares do Planalto, o desprestígio de Beltrame com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com o Secretário-Geral da Presidência, Moreira Franco (PMDB-RJ), teria minado suas chances de ingressar no governo peemedebista.

Após a saída repentina de Serra, Temer pretende escolher rapidamente um substituto para o tucano. Quer fazer o anúncio até o final da próxima semana. Os peessedebistas já teriam apresentado duas possibilidades: o líder do governo no Senado Aloysio Nunes (PSDB-SP) e o senador José Aníbal (PSDB-SP), que é suplente de Serra na Casa. Outros partidos da base governista, porém, pressionam para que o presidente escolha um diplomata de carreira para a pasta. O tempo dirá.