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As novas fontes de receita que podem impulsionar o seu varejo

Sem relacionamento a competição será mais difícil para todos e a competição vai acabar sendo baseada somente no preço

As novas fontes de receita que podem impulsionar o seu varejo (Divulgação)

Publicado em 1 de outubro de 2024 às 11h08.

O futuro dos negócios no varejo, em 2030, será moldado por receitas ainda não exploradas. É o que aponta um estudo do Euromonitor. Atualmente, apenas 10% das receitas no varejo são provenientes de fontes que não sejam a comercialização de produtos. No entanto, a projeção para 2030 é que 35% da receita e 50% do lucro venham de novas linhas de negócios. Isso significa que, para impulsionar os resultados, é fundamental que os varejistas comecem a desenvolver essas novas estratégias. Caso contrário, seu negócio pode ser 35% menor no futuro e boa parte do lucro poderá evaporar.

A mensagem principal é clara: ficar apenas na competição de preços não será suficiente. Criar uma marca forte e estabelecer relacionamentos significativos com os clientes é essencial para a perenização do negócio. Ser autoridade num assunto, criar experiências e não só ter uma relação transacional, além de investir no CRM para maior personalização e continuidade no relacionamento serão vitais. É exatamente por isso quevárias empresas já estão explorando essas novas linhas de receita com sucesso.

A publicidade digital tem sido uma área de destaque. A primeira onda teve como vencedor claro o Google, dominando os mecanismos de busca. Em seguida, as redes sociais, lideradas pela Meta, invadiram o mercado. Agora, estamos vivendo um novo momento, em que a publicidade entrou no fluxo do varejo, modalidade conhecida como retail media, onde nos marketplaces, especialmente na Amazon, tem se tornado algo muito relevante. A Amazon Ads gera mais de US$12 bilhões por trimestre, sendo 50% maior que o YouTube com base nos resultados do 2T24.

Essa tendência não se limita ao digital. No Brasil, empresas como a Reserva estão explorando colaborações criativas, as famosas collabs para gerar mídia espontânea, novos cadastros e melhorar o SEO, aumentando o tráfego em seus sites. A marca fez uma colaboração com a Kopenhagen, durante a Páscoa, para lançar camisas "Língua de Gato". A ação não foi pensada para vender milhões imediatamente, mas para gerar engajamento e posicionar a marca.

A Track&Field é outro exemplo brilhante de como criar uma comunidade e explorar novas linhas de receita. Com seu circuito de corridas Run Series e o maior torneio amador de beach tennis da América Latina, a Track&Field não só fortaleceu sua marca, mas também gerou uma quantidade significativa de dados valiosos sobre seus clientes. Em 2023, a Track&Field desenvolveu uma série de touchpoints com os seus clientes, mesmo fora da loja, onde realizaram 355 eventos em diversas modalidades, criaram a plataforma Continue Em Movimento, com eventos online e gratuitos que atraíram mais de 34 mil inscritos.

A plataforma TF Sports também da Track&Field cresceu significativamente, com mais de 588 mil usuários em dezembro de 2023, um aumento de 52% em relação ao ano anterior. Em 2023, a empresa realizou mais de 3.300 eventos, registrando um aumento de 79% em relação a 2022, com 247.200 inscritos. A receita líquida de 2023 foi de R$ 36,1 milhões, representando um crescimento de 36,4% em relação a 2022. Mostrando que além de originar tráfego em seus canais de vendas, muitos dados para serem monetizados a partir de um maior conhecimento do cliente, eles também já conseguem faturar com essas experiências e eventos. Fora a quantidade de oportunidades que estão sendo abertas para o futuro a partir de todo esse ecossistema que tem sido construído.

Esses exemplos demonstram que investir em inovação e relacionamento é fundamental para o sucesso a longo prazo. O varejo de 2030 será marcado por um novo mosaico de receitas, com 35% vindo de fontes além da venda tradicional de produtos. Outro exemplo notável é a loja de brinquedos Camp, nos EUA, onde apenas 30% do faturamento vem da venda de brinquedos, enquanto o restante é gerado por eventos e outras linhas de negócios.

O futuro do varejo está na capacidade de criar experiências únicas e valiosas para os clientes. A inovação e a criação de novas formas de interação com o cliente são essenciais para garantir o crescimento sustentável e a longevidade dos negócios. Está claro que sem relacionamento a competição será mais difícil para todos e a invasão dos asiáticos vai continuar levando a disputa para preço e quem não tiver diferenciais bem sólidos vai ter muitos desafios nos próximos anos.

Os varejistas que começarem a explorar e desenvolver novas linhas de receita hoje estarão mais bem posicionados para enfrentar os desafios de 2030. Exemplos como a Reserva, Track&Field e Camp mostram que é possível criar oportunidades de negócio e fortalecer a marca ao mesmo tempo. A chave está em investir em inovação, construir relacionamentos sólidos com os clientes e estar aberto a experimentar novas ideias e formatos.

Bernardo Carneiro é Sócio-Diretor da Stone

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O futuro dos negócios no varejo, em 2030, será moldado por receitas ainda não exploradas. É o que aponta um estudo do Euromonitor. Atualmente, apenas 10% das receitas no varejo são provenientes de fontes que não sejam a comercialização de produtos. No entanto, a projeção para 2030 é que 35% da receita e 50% do lucro venham de novas linhas de negócios. Isso significa que, para impulsionar os resultados, é fundamental que os varejistas comecem a desenvolver essas novas estratégias. Caso contrário, seu negócio pode ser 35% menor no futuro e boa parte do lucro poderá evaporar.

A mensagem principal é clara: ficar apenas na competição de preços não será suficiente. Criar uma marca forte e estabelecer relacionamentos significativos com os clientes é essencial para a perenização do negócio. Ser autoridade num assunto, criar experiências e não só ter uma relação transacional, além de investir no CRM para maior personalização e continuidade no relacionamento serão vitais. É exatamente por isso quevárias empresas já estão explorando essas novas linhas de receita com sucesso.

A publicidade digital tem sido uma área de destaque. A primeira onda teve como vencedor claro o Google, dominando os mecanismos de busca. Em seguida, as redes sociais, lideradas pela Meta, invadiram o mercado. Agora, estamos vivendo um novo momento, em que a publicidade entrou no fluxo do varejo, modalidade conhecida como retail media, onde nos marketplaces, especialmente na Amazon, tem se tornado algo muito relevante. A Amazon Ads gera mais de US$12 bilhões por trimestre, sendo 50% maior que o YouTube com base nos resultados do 2T24.

Essa tendência não se limita ao digital. No Brasil, empresas como a Reserva estão explorando colaborações criativas, as famosas collabs para gerar mídia espontânea, novos cadastros e melhorar o SEO, aumentando o tráfego em seus sites. A marca fez uma colaboração com a Kopenhagen, durante a Páscoa, para lançar camisas "Língua de Gato". A ação não foi pensada para vender milhões imediatamente, mas para gerar engajamento e posicionar a marca.

A Track&Field é outro exemplo brilhante de como criar uma comunidade e explorar novas linhas de receita. Com seu circuito de corridas Run Series e o maior torneio amador de beach tennis da América Latina, a Track&Field não só fortaleceu sua marca, mas também gerou uma quantidade significativa de dados valiosos sobre seus clientes. Em 2023, a Track&Field desenvolveu uma série de touchpoints com os seus clientes, mesmo fora da loja, onde realizaram 355 eventos em diversas modalidades, criaram a plataforma Continue Em Movimento, com eventos online e gratuitos que atraíram mais de 34 mil inscritos.

A plataforma TF Sports também da Track&Field cresceu significativamente, com mais de 588 mil usuários em dezembro de 2023, um aumento de 52% em relação ao ano anterior. Em 2023, a empresa realizou mais de 3.300 eventos, registrando um aumento de 79% em relação a 2022, com 247.200 inscritos. A receita líquida de 2023 foi de R$ 36,1 milhões, representando um crescimento de 36,4% em relação a 2022. Mostrando que além de originar tráfego em seus canais de vendas, muitos dados para serem monetizados a partir de um maior conhecimento do cliente, eles também já conseguem faturar com essas experiências e eventos. Fora a quantidade de oportunidades que estão sendo abertas para o futuro a partir de todo esse ecossistema que tem sido construído.

Esses exemplos demonstram que investir em inovação e relacionamento é fundamental para o sucesso a longo prazo. O varejo de 2030 será marcado por um novo mosaico de receitas, com 35% vindo de fontes além da venda tradicional de produtos. Outro exemplo notável é a loja de brinquedos Camp, nos EUA, onde apenas 30% do faturamento vem da venda de brinquedos, enquanto o restante é gerado por eventos e outras linhas de negócios.

O futuro do varejo está na capacidade de criar experiências únicas e valiosas para os clientes. A inovação e a criação de novas formas de interação com o cliente são essenciais para garantir o crescimento sustentável e a longevidade dos negócios. Está claro que sem relacionamento a competição será mais difícil para todos e a invasão dos asiáticos vai continuar levando a disputa para preço e quem não tiver diferenciais bem sólidos vai ter muitos desafios nos próximos anos.

Os varejistas que começarem a explorar e desenvolver novas linhas de receita hoje estarão mais bem posicionados para enfrentar os desafios de 2030. Exemplos como a Reserva, Track&Field e Camp mostram que é possível criar oportunidades de negócio e fortalecer a marca ao mesmo tempo. A chave está em investir em inovação, construir relacionamentos sólidos com os clientes e estar aberto a experimentar novas ideias e formatos.

Bernardo Carneiro é Sócio-Diretor da Stone

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