Jair Bolsonaro: presidente teve resultado positivo em 3º teste para covid-19 (Andre Borges/Bloomberg/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 22 de julho de 2020 às 10h57.
Última atualização em 22 de julho de 2020 às 10h59.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), está infectado pelo novo coronavírus e nesta quarta-feira (22) teve outro resultado positivo em um novo teste. Em nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) afirmou que Bolsonaro “segue em boa evolução de saúde, sendo acompanhado pela equipe médica da presidência”.
Além da cloroquina (medicamento sem eficácia comprovada contra o vírus), o presidente afirmou que estava fazendo uso do vermífugo nitazoxanida, ou Annita, outro remédio que ainda não apresentou, ainda, resultados eficazes em relação à doença. A nitazoxanida é usada no tratamento de vírus intestinais e protozoários.
Segundo um comunicado da fabricante da medicação, FQM Farmoquímica, enviado à EXAME, "toda e qualquer utilização do medicamento fica a critério do médico". "Esclarecemos que ainda não existe nenhum fármaco aprovado para tratamento da covid-19 no mundo", diz o comunicado.
Existem 16 estudos sendo conduzidos no mundo sobre o uso da Annita em casos de SARS-CoV-2, seis somente no Brasil, sendo que quatro deles são apoiados pela FQM. "Atualmente, os estudos clínicos encontram-se em andamento, em diferentes etapas de aprovação e execução", afirmou a empresa.
No sábado, Bolsonaro disse a um grupo de apoiadores que havia começado a tomar "a Annita essa semana". "Alguém vai me condenar por isso?", questionou ele.
Nesta terça-feira (22), inclusive, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal iniciou um teste com o medicamento que pretende alcançar 500 voluntários. Segundo a Secretaria, as pessoas "receberão kits do medicamento", bem como instruções para fazer o uso correto dele.
O presidente também questionou quem tomaria cloroquina se estivesse com coronavírus e recebeu, como resposta, um uníssono "sim".
Uma pesquisa recente da Universidade de Oxford, no entanto, apontou que a hidroxicloroquina não tem benefícios contra a doença e foi responsável pelo agravamento e pela morte de alguns infectados. Para chegar a essa conclusão, mais de 1.500 pessoas tratadas com a medicação foram analisadas pela universidade britânica. Das pessoas que tomaram o remédio, 26,8% morreram em uma média de 28 dias — porcentagem um pouco menor para o segundo grupo, de 25%.