Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS (Fabrice Coffrini/Pool/Reuters)
Reuters
Publicado em 20 de dezembro de 2021 às 15h27.
Última atualização em 20 de dezembro de 2021 às 15h38.
A variante ômicron do coronavírus está se espalhando mais rápido do que a variante delta e causando infecções em pessoas já vacinadas ou que se recuperaram da covid-19, disse o chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta segunda-feira.
"Agora há evidências consistentes de que a ômicron está se espalhando significativamente mais rápido do que a variante delta", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma coletiva de imprensa para jornalistas em Genebra, realizada em sua nova sede.
"E é mais provável que as pessoas vacinadas ou recuperadas da covid-19 possam ser infectadas ou reinfectadas", disse Tedros.
A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, disse que a variante está evitando com sucesso certas respostas imunológicas, o que significa que as campanhas de reforço que estão sendo lançadas em muitos países devem ser direcionadas a pessoas com sistemas imunológicos mais fracos.
A ômicron parece ser melhor em evitar anticorpos gerados por algumas vacinas contra covid-19, mas existem outras formas de imunidade que podem prevenir infecções e doenças, disseram autoridades da OMS.
"Não acreditamos que todas as vacinas se tornarão completamente ineficazes", disse Swaminathan.
O especialista da OMS, Abdi Mahamud, acrescentou: "Embora estejamos vendo uma redução nos anticorpos de neutralização, quase todos os dados mostram que as células T permanecem intactas, isso é o que realmente precisamos".
Embora a defesa por anticorpos de alguns esquemas vacinais tenha sido prejudicada, há esperança de que as células T, o segundo pilar de uma resposta imune, possam prevenir casos graves da doença, atacando células humanas infectadas.
Swaminathan, referindo-se a um tratamento para pessoas com a doença, disse: "Claro que há um desafio, muitos dos monoclonais não funcionam com a ômicron." Ela não deu detalhes.
Mas a equipe da OMS também ofereceu alguma esperança de que 2022 será o ano em que a pandemia, que já matou mais de 5,6 milhões de pessoas em todo o mundo, terminará.
"[Nós] esperamos transformar esta doença em uma doença relativamente leve que é facilmente prevenida, que é facilmente tratada... e capaz de lidar facilmente com esta doença no futuro", disse Mike Ryan, o principal especialista em emergências da OMS durante o briefing.
"Se pudermos manter a transmissão do vírus ao [patamar] mínimo, poderemos acabar com a pandemia."
No entanto, Tedros também disse que a China, região onde o coronavírus SARS-CoV-2 foi detectado pela primeira vez no final de 2019, tem de fornecer dados e informações relacionadas a sua origem para ajudar na resposta à doença no futuro.
"Precisamos continuar até sabermos as origens, precisamos nos esforçar mais porque devemos aprender com o que aconteceu desta vez para [fazer] melhor no futuro", disse Tedros.