Vacina: Pfizer e BioNTech estão desenvolvendo um composto para combater o coronavírus (Taechit Taechamanodom/Getty Images)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 12 de agosto de 2020 às 10h36.
Última atualização em 12 de agosto de 2020 às 10h39.
Novos testes realizados com a vacina BNT162b1, desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer com a empresa de biotecnologia alemã BioNTech, mostraram que o composto sorológico induziu uma resposta imunológica considerada “robusta” e sem efeitos colaterais para adultos entre 18 e 55 anos no combate ao coronavírus.
Os resultados dos testes clínicos foram publicados nesta quarta-feira (12) na revista Nature. Eles referem-se às fases 1 e 2 de testes clínicos e, por isso, não podem ser utilizados para medirem a eficácia da vacina contra covid-19. Isso acontece somente na terceira fase de testes, que ainda não foi iniciada.
Mesmo assim, as avaliações mais recentes feitas com 45 pessoas, sendo 23 homens e 22 mulheres, mostraram que os níveis de anticorpos neutralizantes entre os participantes do estudo foram entre 1,9 a 4,6 vezes maiores do que os de pessoas que ainda se recuperam do coronavírus.
Para a realização dos testes, os participantes foram divididos em quatro grupos. Um recebeu uma dose de 10 miligramas da vacina e outro recebeu 30 miligramas. Essas doses foram repetidas após 21 dias. O terceiro grupo recebeu uma dose única de 100 miligramas e o quarto grupo foi injetado com um placebo para servir como grupo de controle.
Os resultados obtidos mostram que houve uma resposta imune maior no grupo que recebeu duas doses de 30 miligramas da vacina ante os participantes que receberam duas doses de 10 miligramas. Entretanto, não houve diferença considerável em relação ao grupo que recebeu uma dose única de 100 miligramas – e que experimentou uma carga maior de efeitos colaterais.
Com os resultados da pesquisa, os cientistas agora se preparam para a próxima fase do desenvolvimento da vacina, que consiste em mais testes das fases 1 e 2. Agora, porém, com pessoas em idades mais avançadas, entre 65 e 85 anos. Os testes já foram realizados, mas ainda aguardam resultados definitivos. Depois serão feitas avaliações com pacientes que têm doenças crônicas.