Vacina contra covid-19: J&J solicitou autorização para o uso emergencial de sua vacina nos Estados Unidos (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 29 de janeiro de 2021 às 10h06.
Última atualização em 29 de janeiro de 2021 às 10h57.
Dados divulgados nesta sexta-feira, 29, pela farmacêutica americana Johnson & Johnson apontam que a vacina desenvolvida pela empresa contra o novo coronavírus tem uma eficácia de 66% com apenas uma dose. O imunizante, diferente dos demais aprovados que necessitam de duas doses, pode ajudar a diminuir os números da pandemia de forma ainda mais rápida.
No entanto, um ponto trouxe preocupação. A eficácia da vacina apresentou uma variação nos locais em que foi testada. Nos Estados Unidos, ela teve 72% de eficácia, 66% na América Latina e 57% na África do Sul – o que pode indicar que o imunizante não funciona tão bem contra as novas variantes. A pesquisa ainda não foi revisada por pares e tampouco publicado em uma revista científica.
O estudo foi feito com 44.325 mil pessoas, de forma randomizada e duplo cega (quando nem o médico e nem o voluntário sabem qual medicamento está sendo administrado). Os resultados dizem respeito à última fase de testes clínicos e deixa o cenário mais otimista. Dentre os voluntários que receberam o imunizante, a proteção contra a covid-19 começou 14 dias após a vacinação, segundo a J&J.
Em relação a casos severos, a vacina teve uma eficácia de 85% em todas as regiões do estudo após 28 dias da vacinação. Não aconteceram casos de reações severas depois da administração do imunizante.
Na tarde desta quinta-feira, 28, a americana Novavax também anunciou os resultados da eficácia de sua vacina (89,3%) e afirmou que ela não tem eficácia tão alta contra a cepa encontrada no país africano, aumentando a preocupação com as vacinas já aprovadas no mundo todo.
A vacina da companhia é baseada no adenovírus – assim como a de Oxford com a AstraZeneca e a do Instituto Gamaleya. Nessa tecnologia, o adenovírus (grupo de vírus que causam doenças respiratórias) é unido ao material genético das proteínas da espícula do coronavírus (que são usadas pelo vírus para infectar as células humanas).
O imunizante foi desenvolvido pela unidade belga da Johnson & Johnson, a Janssen.
Mais dados devem ser divulgados antes de a vacina ser submetida para uma aprovação emergencial.
Para uma vacina ser aprovada, ela precisa passar por diversas fases de testes clínicos prévios e em humanos. Primeiro, ela passa por fases pré-clínicos, que incluem testes em animais como ratos ou macacos para identificar se a proteção produz resposta imunológica.
A fase 1 é a inicial, quando os laboratórios tentam comprovar a segurança de seus medicamentos em seres humanos; a fase 2 tenta estabelecer de a vacina ou o remédio produz imunidade contra um vírus. Já a fase 3 é a última do estudo e procura demonstrar a eficácia da imunização.
Uma vacina é finalmente disponibilizada para a população quando a fase 3 é finalizada e a proteção recebe um registro sanitário.
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