Ciência

USP aponta reinfecção por covid-19 em paciente recuperada

Apesar da confirmação, estudo ressalta que reinfecção é extremamente rara

Coronavírus: doença pode infectar uma pessoa mais de uma vez (Radoslav Zilinsky/Getty Images)

Coronavírus: doença pode infectar uma pessoa mais de uma vez (Radoslav Zilinsky/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 6 de agosto de 2020 às 15h38.

Última atualização em 10 de agosto de 2020 às 15h16.

Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que a reinfecção em casos do novo coronavírus pode ser uma possibilidade. Isso porque uma técnica de enfermagem de 24 anos teve dois testes positivos para a doença em um intervalo de 50 dias.

No dia 4 de maio, a profissional da área de saúde teve contato com um colega que estava infectado pelo vírus e começou a ter sintomas dois dias depois. Em pouco tempo, a cefaleia evoluiu para o mal-estar, sensação febril, leve dor de garganta e congestão nasal. No quarto dia, mesmo tendo feito o teste para a covid-19, teve um resultado negativo. Apesar disso, os sintomas não passaram e o exame foi repetido. No nono dia, o exame deu positivo.

A quarentena pela doença foi respeitada e, quando estava assintomática, ela voltou a trabalhar. No entanto, 38 dias depois dos sintomas iniciais, a técnica em enfermagem sentiu mal-estar, mialgia, cefaleia intensa, fadiga, fraqueza, sensação febril, dor de garganta, anosmia e disgeusia.

Os sintomas evoluíram em uma piora crescente, com diarreia e tosse. Novamente, no quinto dia de sintomas, fez outro teste — que também deu positivo.

Segundo a pesquisa, "a paciente evoluiu clinicamente bem, não necessitando suporte ventilatório nem
internação hospitalar", mas ainda apresenta sintomas como sinusite e dor de cabeça, que apareceram na segunda infeçcão, persistente há quase um mês.

A pesquisa confirma que a reinfecção pela covid-19 é possível, apesar de ser extremamente rara. "Essa constatação traz implicações clínicas e epidemiológicas que precisam ser analisadas com cuidado pelas autoridades em saúde”, afirma o artigo escrito por sete profissionais.

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