Covid-19: uso de máscaras e distanciamento social reduzem risco de infecção (Getty Images/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 30 de janeiro de 2021 às 13h55.
As novas variantes do coronavírus são as principais suspeitas por trás do aumento de casos em diversos países, como o Reino Unido, e geram preocupação acerca da eficácia das vacinas contra o vírus.
Nesta semana, tanto a Novavax quanto a Johnson & Johnson afirmaram que seus imunizantes são menos eficazes contra a variante encontrada na África do Sul – o mais provável de acontecer, segundo as próprias farmacêuticas, é uma atualização constante das vacinas, como acontece no caso da gripe, para que ela consiga lutar contra todas as novas cepas. Antes da vacina, no entanto, fica a dúvida: como se proteger de uma infecção causada por uma nova variante?
Especialistas parecem ter encontrado a resposta. Segundo Anita Gupta, da Johns Hopkins, uma das formas de se evitar o contágio é usar duas máscaras de uma vez. "O jeito mais simples de olhar isso é que uma máscara é um filtro – um sistema que protege você e os outros. Usar uma só é melhor do que usar nenhuma e, se você colocar uma máscara em cima da primeira, isso vai aumentar a força do filtro e ajudar a prevenir o vírus de entrar nas suas vias aéreas", disse. "Em quantos % vai depender das máscaras usadas e da qualidade delas."
A teoria dos cientistas é que dobrar o número de máscaras pode gerar uma proteção maior para os indivíduos até todos serem vacinados, o que pode levar alguns meses ou anos, dependendo do país.
Mas, mesmo com duas máscaras, é preciso tomar cuidado – usar duas de baixa qualidade não vai evitar a infecção pelo vírus e, se não forem colocadas da forma correta, podem aumentar o risco por permitirem vazamentos nas bordas.
Em alguns países da Europa, o uso de máscaras caseiras passou a ser reprovado e a recomendação é que as pessoas utilizem máscaras profissionais, como a cirúrgica ou de padrão PFF2 e N95. Isso porque diversos estudos sugerem que a eficácia delas contra as gotículas infectadas de saliva é mais alta que as de tecido, por exemplo. Com as novas variantes mais infecciosas, isso – junto ao distanciamento social – se tornou essencial.
Na falta de máscaras do tipo, o ideal é fortalecer a de tecido, com camadas múltiplas. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que todas as máscaras de tecido tenham uma camada interna de material absorvente, como algodão, uma camada do meio de material não-absorvente, e, por fim, uma camada exterior de poliéster.
Um estudo recente, que ainda não foi revisado por pares, testou 11 materiais de máscaras e concluiu que elas protegem mais quando têm três camadas. Isso pode ser facilmente recriado com a utilização de uma máscara de tecido em cima de outra cirúrgica. A adição de mais camadas não causará falta de ar.