Vinho: apesar do possível furo na teoria, o estudo não indica que o consumo pode ser prejudicial (foto/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 24 de maio de 2017 às 14h51.
“Uma tacinha só, todo dia, sem exagerar, faz bem para o coração.” É bem provável que alguém já tenha dito isso para você em algum momento da sua vida (principalmente se você não estava a fim de beber). Pois bem, aqui vai a notícia ruim: esse papo pode não ser verdade.
Quem está questionando a afirmação são pesquisadores dos EUA, Canadá e Austrália. O grupo publicou um estudo que analisa 45 pesquisas que endossavam a crença popular.
Todos os textos científicos analisados tinham uma coisa em comum: chegavam à conclusão de que o vinho fazia bem ao comparar a saúde de abstêmios com pessoas que consumiam a tal da pequena dose diária.
Só que essa teoria tinha um furo. Em nenhum momento era perguntado por que diabos a pessoa era abstêmia. Ou seja, muitas vezes elas não bebiam porque já tinham uma saúde debilitada – uma doença no fígado, por exemplo – o que limitava a ingestão de álcool.
Dessa forma, os voluntários que bebiam um pouco de vinho todos os dias já eram mais saudáveis que o outro grupo de qualquer forma, independentemente da quantidade de álcool que bebiam durante a semana.
Para provar a teoria, o grupo, então, partiu para uma segunda etapa. Catalogou os hábitos de mais de 9 mil ingleses com idade entre 23 e 55 anos. O resultado foi o esperado. Poucas pessoas eram abstêmias durante a vida toda.
Na verdade, a maioria das pessoas que não bebia aos 55 anos tinha desistido de beber. Além disso, o grupo que não bebia tendia a ter mais problemas físicos e doenças psicológicas (mesmo na faixa dos 20 anos) – e até por esse motivo deixavam de beber regularmente.
Mas calma, um copinho não vai te matar. “Os riscos provindos de uma pequena quantidade de bebida são mínimos”, afirma Tim Stockwell, responsável pela pesquisa. No entanto, “a ideia de que um ou dois drinks por dia nos faz bem talvez seja apenas um desejo”, completa. Saúde.
Este conteúdo foi originalmente publicado no site da Superinteressante.