Ciência

Teste rápido de saliva para covid-19 será lançado nesta terça-feira em SP

Teste meuDNA Covid, voltado para detectar o vírus em sua fase ativa, apresenta-se como uma opção em um momento da pandemia

Coronavírus: Além da capital paulista, o teste estará disponível para as cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano, Diadema, Osasco e Guarulhos. (Amanda Perobelli/Reuters)

Coronavírus: Além da capital paulista, o teste estará disponível para as cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano, Diadema, Osasco e Guarulhos. (Amanda Perobelli/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de outubro de 2020 às 12h37.

Última atualização em 27 de outubro de 2020 às 12h41.

Desenvolvido inicialmente para uso em empresas e hospitais, um teste para o novo coronavírus por meio da saliva, que pode ser feito em casa, será lançado nesta terça-feira (27) e estará disponível na capital e em algumas cidades da Grande São Paulo. O exame custa R$ 169 e o resultado, que pode ser acessado pela internet, fica pronto em 24 horas.

O teste meuDNA Covid, voltado para detectar o vírus em sua fase ativa, apresenta-se como uma opção em um momento da pandemia em que pessoas retomaram suas atividades e podem precisar fazer o exame mais de uma vez. A amostra é colhida pela própria pessoa por meio de um kit comprado pela internet.

Ele é fruto de uma parceria do laboratório Mendelics com o Hospital Sírio-Libanês. O laboratório tem a capacidade de realizar 110 mil testes por dia.

"A gente está vendo o que está ocorrendo nos outros países, que saíram do primeiro pico e veio um segundo. Enquanto não tiver uma vacina, tem de se preparar para esse ciclo. O risco de passar adiante sem querer e saber é significativo. Ter um teste acessível, fácil de colher, prático, contribui muito para reduzir o risco", diz David Schlesinger, CEO da healthtech meuDNA e da Mendelics.

Schlesinger explica que o teste se junta às medidas de prevenção à covid-19, como o distanciamento e o uso de máscara, e vem como uma opção ao RT-PCR, considerado padrão ouro para detecção do vírus, mas que é mais invasivo e mais caro - podendo chegar a R$ 470.

O exame usa o método PCR-Lamp (sigla em inglês de amplificação isotérmica mediada por loop), que identifica o RNA do vírus nas células da pessoa infectada. Segundo Cesário Martins, diretor da healthtech meuDNA, os testes são similares. "Ele responde se está infectado no momento, técnica semelhante ao PCR, e tem a mesma especificidade, de 99%, e sensibilidade, de 80%."

Martins conta que toda a operação foi pensada para que a pessoa possa fazer o teste sem necessidade de deslocamento. "O kit chega em casa e o nosso app chama o coletor que vai levar ao laboratório. Dependendo do horário em que a pessoa solicitar, vai recebê-lo no mesmo dia ou no dia seguinte."

Além da capital, o teste estará disponível para as cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano, Diadema, Osasco e Guarulhos.

Método

O método RT-Lamp também está sendo utilizado em um teste desenvolvido por pesquisadores do Centro de Pesquisas do Genoma Humano e Células-Tronco do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), e já está sendo usado por funcionários. Deve ser oferecido para a comunidade externa a partir do próximo mês. Os preços ainda não foram definidos. Até 50 testes podem ser realizados por dia.

"É importante ter uma opção com custo mais baixo e acesso mais simples, porque é um teste que as pessoas vão ter de repetir várias vezes", diz Maria Rita Passos-Bueno, professora titular do Instituto de Biociências e pesquisadora do centro. A pesquisa está sendo realizada com apoio da Fapesp e da JBS.

Testes com saliva têm sido desenvolvidos no Brasil e em outros países, como os Estados Unidos. O da Universidade Federal de Goiás (UFG) já está em fase final. Até agosto, a Food and Drugs Administration (FDA), agência regulatória de medicamentos e alimentos americana, já tinha autorizado o desenvolvimento de cinco testes que utilizavam saliva como amostra para o teste

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