Ciência

Temperatura dos oceanos bate recorde e sobe cada vez mais rápido

Estudo combinou os resultados com os anteriores e comprovou que os oceanos não só estão se aquecendo de forma gradual, mas que o processo está acelerando

 (Vicki Smith/Getty Images)

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EFE

Publicado em 15 de janeiro de 2019 às 17h20.

A temperatura média dos oceanos atingiu em 2018 um recorde e está subindo de forma cada vez mais rápida, revelou nesta quinta-feira um estudo que será divulgado de forma completa amanhã pela revista "Science".

A pesquisa surgiu a partir da pergunta de quão rápido está o aquecimento dos oceanos e o subtítulo escolhido pelos autores revela parte da resposta: "os registros de observação sobre a temperatura dos oceanos mostram que o aquecimento está acelerando".

Assim, 2018 é o ano mais quente já registrado nos oceanos e, portanto, da Terra, de acordo com o estudo publicado pela "Science".

Para chegar às conclusões, os cientistas utilizaram um novo sistema de medição, batizado como Argônio, que engloba uma rede de boias de observação autônoma que registram informações há 13 anos.

O método foi combinado com um trabalho paralelo para aperfeiçoar e melhorar os registros anteriores da temperatura oceânica, o que permitiu a reconstrução dos dados coletados desde 1960.

O novo estudo, comandado por Lijing Cheng, do Instituto de Física Atmosférica da Academia Chinesa de Ciências, combinou os novos resultados com os anteriores e comprovou que os oceanos não só estão se aquecendo de forma gradual, mas que o processo está acelerando cada vez mais alto.

Os oceanos, ressaltou o estudo, são a principal memória da mudança climática por absorverem aproximadamente 93% do desequilíbrio energético da Terra, provocado, segundo a comunidade científica, ao aumento das emissões de gases poluentes de atividades humanas.

Além disso, os pesquisadores afirmam que esse aquecimento do oceano contribui para o aumento do nível do mar, intensifica as chuvas e gera tempestades mais duradouras e fortes, como os furacões Harvey, em 2017, e Florence, em 2018, nos Estados Unidos.

Se nenhuma medida for tomada, os cientistas concluem que os oceanos terão aquecido até 2080 seis vezes mais do que nos últimos 60 anos.

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