Nova imagem infravermelha, que com 1,6 gigapixels é a maior já obtida da Pequena Nuvem de Magalhães (ESO/VISTA VMC/Divulgação)
EFE
Publicado em 3 de maio de 2017 às 11h42.
Última atualização em 3 de maio de 2017 às 12h15.
Berlim - O telescópio de rastreamento infravermelho VISTA, instalado no Observatório Paranal, no Chile, conseguiu atravessar as camadas de pó estelar da Pequena Nuvem de Magalhães, situada a 200 mil anos luz da Terra, e captar uma imagem sem precedentes desta galáxia anã com milhões de estrelas.
Segundo detalhou nesta quarta-feira o Observatório Europeu do Sul (ESO, sigla em inglês) em comunicado, a maioria das estrelas da Pequena Nuvem de Magalhães (SMC, sigla em inglês), se comparadas com as de galáxias vizinhas de maior tamanho, tem formação mais recente.
Essas novas informações foram reveladas pela sondagem VMC (VISTA Survey of the Magellanic Clouds), cujo objetivo é mapear a história da formação estelar e a estrutura tridimensional da SMC e de sua gêmea maior, a Grande Nuvem de Magalhães (LMC).
Esta nova imagem infravermelha, que com 1,6 gigapixels (43.223 x 38.236 pixels) é a maior já obtida da SMC, inclui precisamente milhares de galáxias de fundo e várias nuvens estelares brilhantes, como a 47 Tucanae, à direita da fotografia, que se encontra ainda mais perto da Terra.
A relativa proximidade da Terra da SMC e da LMC, duas de nossas galáxias vizinhas mais próximas, as converte em candidatas ideais para o estudo de como as estrelas se formam e evoluem, mas um dos obstáculos para a obtenção de observações claras é o pó interestelar, explicou a ESO.
As enormes nuvens destes diminutos grãos dispersam e absorvem a radiação emitida pelas estrelas, o que se conhece como extinção produzida pelo pó.
A SMC, no hemisfério sul do céu, está cheia de pó e a luz visível emitida por suas estrelas sofre uma extinção significativa, mas a capacidade infravermelha do VISTA permitiu que os astrônomos pudessem ver com mais clareza a miríade de estrelas que há nesta galáxia vizinha.
Esta nova imagem captada pelo VISTA foi analisada por uma equipe internacional dirigida por Stefano Rubele, da Universidade de Pádua, na Itália, e os resultados de seu estudo foram apresentados em um artigo científico na revista "Monthly Notices of the Royal Astronomical Society".