O ator Tarcísio Meira estava internado desde o dia 6 de agosto no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, por conta da covid-19 (Globo/João Miguel Júnior/Divulgação)
A morte de Tarcísio Meira, ao 85 anos de idade, por conta de covid-19, despertou a preocupação das pessoas sobre a segurança da vacina Coronavac, aplicada no ator. O imunizante, produzido pelo Instituto Butatan, também foi usado em sua esposa Glória Menezes, que, no momento, se recupera da doença causada pelo novo coronavírus.
A Coronavac, em pessoas com mais de 80 anos, tem uma efetividade de 49,9% para casos que culminam em morte. Logo, a idade do ator o manteve em uma zona de risco quanto à garantia de uma imunização robusta. A consideração básica dos especialistas é a de que o sistema imune de pessoas idosas tem mais lentidão em reagir contra os vírus no geral – por isso que mais mortes por gripe e covid-19 são registradas nessa faixa etária.
É justamente por este ponto que o debate sobre uma terceira dose da vacina está se intensificando na comunidade científica. A ideia seria um reforço via dose da mesma fabricante ou, ainda mais adequado, de outra marca.
O caso de Tarcísio, ainda que atípico, está previsto dentro da margem de segurança de qualquer uma das marcas de vacina. Por isso, não deve ser utilizado como bandeira antivacinal, mas sim, servir como alerta para importância de uma vacinação mais ampla visando a redução da circulação do vírus, e a manutenção dos protocolos de isolamento social e uso de máscaras do modelo PFF2/3M.
Outro tópico levantado pelos pesquisadores é o tempo de duração da imunização. Ainda não foi possível cravar com exatidão o prazo para início de uma nova campanha de vacinação ao fim da primeira. Mas ela será necessária, principalmente, para o enfrentamento de variantes como a Delta.
Há pesquisas que indicam anticorpos para a vida toda, outras já apontaram prazos curtos como 6 meses. No entanto, estimou-se para as marcas mais compradas no mundo todo uma proteção que se degrada, com variáveis, pelo tempo de um ano.