Bactérias: antibióticos já não são garantia no tratamento (Thinkstock)
Victor Caputo
Publicado em 16 de janeiro de 2017 às 12h53.
São Paulo – Uma mulher de 70 anos morreu nos Estados Unidos vítima de uma superbactéria. Médicos quiseram usar 26 diferentes antibióticos no tratamento. Nenhuma das alternativas, no entanto, foi capaz de combater a doença.
O caso aconteceu em setembro na cidade de Reno, no estado de Nevada. “A bactéria foi testada contra tudo que estava disponível nos Estados Unidos e nada foi efetivo”, disse o doutor Alexander Kallen, membro do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão federal dos EUA.
Um documento do CDC detalha a história. A mulher, não identificada, era uma americana de 70 anos com histórico de passagens por outros países. Ela voltava de uma viagem longa à Índia, onde foi hospitalizada repetidas vezes ao longo de dois anos para tratamento de diversos problemas de saúde.
“Acredito que este seja o prenúncio de um futuro ruim que está para chegar”, disse ao site Stat o doutor James Johnson, professor de infectologia da Universidade de Minnesota. A expectativa de médicos e especialistas é que casos como esse fiquem cada vez mais comuns.
Pesquisadores afirmam que a medicina tem se apoiado em antibióticos mais novos para tratamentos de bactérias. “Mas é claro que as bactérias podem desenvolver resistência mais rápido do que nós criamos novos antibióticos”, disse Kellen, do CDC.
A preocupação com isso vem crescendo globalmente. No ano passado, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) enviou um documento a hospitais comentando sobre o risco de superbactérias.