Robôs digitando em computadores (foto/Thinkstock)
Lucas Agrela
Publicado em 26 de janeiro de 2019 às 05h55.
Última atualização em 26 de janeiro de 2019 às 05h55.
Quando Teun van den Dries comprou uma casa pela primeira vez, há oito anos, a empresa que determinou o valor de mercado da residência simplesmente perguntou quanto ele achava que o imóvel deveria custar. Essa experiência ajudou a levar o empreendedor e cofundador holandês Sander Mulders a lançar a GeoPhy, uma plataforma que oferece avaliações de imóveis com base em inteligência artificial e que busca levar mais transparência ao mercado.
A empresa criada em 2014 anunciou na última quinta-feira que levantou US$ 33 milhões em uma rodada de financiamento série B liderada pela Index Ventures, a firma de capital de risco com sedes em Londres e São Francisco que apoiou empresas como Adyen, Deliveroo e Slack. As investidoras anteriores Hearst Ventures e Inkef Capital também participaram da rodada.
“Essencialmente, em nenhum outro setor há um equivalente real em que tamanha quantia em dinheiro é negociada com base em tão pouca informação”, disse Van den Dries em entrevista.
A GeoPhy reúne e analisa milhares de pontos de dados -- desde imagens de satélite, dados de vendas e registros de propriedades até índices de criminalidade, espaços verdes e a densidade de cafeterias independentes nas proximidades -- para determinar as avaliações dos imóveis. A empresa atualmente se concentra em imóveis comerciais, mas planeja se expandir para o mercado residencial.
O serviço ajuda os clientes, como agências de classificação de risco, bancos e provedoras de hipotecas como a Fannie Mae, a entender melhor o valor das propriedades comerciais e criar modelos de empréstimos mais precisos.
“O que temos agora é uma forma muito subjetiva de avaliar e analisar o desempenho de uma propriedade -- você pode pegar um avaliador ou o chefe de aquisições em um dia ruim”, por exemplo, disse Aaron Perlis, diretor de tecnologia da empresa de financiamento de imóveis comerciais Walker & Dunlop, que também é cliente da GeoPhy. “Um credor como nós quer tentar compreender o valor real de uma propriedade, ver qual é o valor objetivo que posso respaldar estatisticamente.”
Os executivos da GeoPhy afirmam que a empresa oferece avaliações mais baratas e rápidas do que as tradicionais, que podem demorar cerca de um mês e custar até US$ 6.000. Com sede em Delft, na Holanda, a empresa emprega cerca de 100 pessoas e possui escritórios em Nova York, em Londres e na Lituânia.
O novo financiamento ajudará a expandir a presença da startup nos EUA e na Europa, com planos de entrar na região Ásia-Pacífico em 2020. Esses planos de expansão também representam desafios para a empresa. A adoção provavelmente vai variar de país a país dependendo do acesso aos dados.
O objetivo final da GeoPhy é futuramente calcular o valor de cada edifício do mundo.
“Essa é a meta, e é uma meta elevada”, disse Jan Hammer, sócio em Londres da Index, que também se unirá ao conselho da GeoPhy.