Ciência

Startup brasileira cria pele humana artificial para testes cosméticos

Empresas investem em soluções sustentáveis e tecnológicas para as indústrias de cosméticos e farmácia

Pele humana reconstruída: empresa desenvolve pele artificial para testes cosméticos (FCE Cosmetique/Divulgação)

Pele humana reconstruída: empresa desenvolve pele artificial para testes cosméticos (FCE Cosmetique/Divulgação)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 25 de maio de 2019 às 05h55.

Última atualização em 28 de maio de 2019 às 12h33.

São Paulo - Em decorrência das mudanças no mercado de cosméticos e a demanda dos clientes por produtos sustentáveis e econômicos, as empresas estão buscando soluções inovadoras e tecnológicas que atendam aos pedidos das marcas do país. A startup BioCellTis, por exemplo, desenvolveu uma pele humana artificial para ser utilizada em testes de produtos de beleza, substituindo os testes em animais.

A empresa de engenharia biomédica apresentou a CellFateRHE, nome da pele artificial cultivada em laboratório, durante a feira FCE Cosmetique, que acontece essa semana em São Paulo. Uma das fundadoras da empresa, Janice Koepp, disse em entrevista a EXAME que o produto atende a um projeto de lei que veta os experimentos de produtos cosméticos em animais.

O produto, que ainda está em fase de ser registrado, é constituído de células da epiderme - camada superficial do tecido humano - retiradas de cirurgias plásticas e, segundo Koepp, responde a testes de radiação solar, envelhecimento, estresse e irritação.

Dentro do mesmo mercado, a startup Elberbio também está trazendo inovações para a indústria de higiene pessoal: a empresa apresentou na feira o Keratos HH, uma queratina mais hidrolisada que tem o poder de fortalecer os cabelos e as unhas e melhorar a pele.

O ativo, que é produzido a partir da hidrólise da queratina da lã de ovelha, acumula mais aminoácidos e nutrientes que foram preservados no processo, que utiliza uma tecnologia diferenciada.

A queratina, que é uma proteína sintetizada, serve para estruturar partes do corpo humano como cabelo, unhas e pele e, portanto, é necessária que seja reposta no corpo humano se houver insuficiência. A indústria de cosméticos se beneficia destes produtos e ativos recompositores.

A EXAME, José Carlos Petrus, CEO da empresa, disse que o processo preserva grande parte dos nutrientes. "A queratina utiliza um processo que preserva todos os aminoácidos e alcança um grau de hidrólise muito avançada", afirma Petrus Além disso, a queratina da companhia não possui cheiro e é incolor. Sobre a questão dos cuidados com os animais nesse processo, Petrus ressalta que as ovelhas não sofrem maus-tratos, já que a tosquia - remoção de pelos - é feita durante o verão, fazendo com que não passem frio.

Após o produto ter sido testado em humanos, foi observado que houve redução de 65% na quebra dos fios capilares, além de uma recuperação rápida de unhas quebradas.

Ambos produtos das empresas estão sendo exibidos na feira FCE Cosmetique, que ocorre dos dias 21 a 23 de maio, no São Paulo Expo. 

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