Vacina: Rússia afirmou que vacina teve bons resultados (Anton Vaganov/Reuters)
Tamires Vitorio
Publicado em 11 de agosto de 2020 às 13h37.
Última atualização em 11 de agosto de 2020 às 13h37.
A vacina russa contra o novo coronavírus, registrada na manhã desta terça-feira, 11, foi batizada de Sputnik e já tem um site oficial, mesmo sem nenhum estudo sobre ela ainda ter sido divulgado e com as constantes descrenças na comunidade científica e política no mundo todo.
No site, a definição da proteção do Instituto Gamaleya é simples e clara: "Sputnik V: a primeira vacina registrada contra a covid-19 no mundo".
Embaixo, outra informação (ainda não comprovada): "tecnologia de vetor adenoviral provada".
Na última semana, as autoridades russas afirmaram que a proteção foi capaz de criar uma resposta imune nos voluntários que participaram da segunda (e penúltima) fase de testes clínicos.
Se a vacina der certo, a Rússia ganhará a nova guerra fria em busca de uma proteção contra a covid-19. Estudos sobre a eficácia dela devem ser publicados já no final deste mês.
Além de aliviar a crise de saúde mundial, que já matou mais de 730 mil pessoas, seria um golpe nos Estados Unidos e no Reino Unido, que recentemente acusaram o país de hackear seus sistemas para derrubar pesquisas sobre vacinas contra a covid-19.
O nome "Sputnik V" foi dado à vacina em homenagem ao programa espacial da União Soviética que construiu os primeiros satélites espaciais artificiais, em especial à última missão Sputnik, lançada em 1960, com dois cachorros, quarenta camundongos, dois ratos e plantas diversas --- que testou a capacidade de enviar seres vivos com sucesso ao espaço.
E o nome, como de praxe, não poderia deixar de ser uma indireta aos Estados Unidos: a Sputnik 1, primeira missão do programa, foi a gota que faltava para o balde da corrida espacial à Lua transbordar.