Ciência

Sol se tornará anel luminoso de gás e pó interestelar após apagar-se

Uma equipe de especialistas desenvolveu um novo modelo estelar de dados para prever o ciclo vital das estrelas

 (NASA/Divulgação)

(NASA/Divulgação)

E

EFE

Publicado em 8 de maio de 2018 às 07h31.

O Sol se extinguirá em 10 bilhões de anos e se transformará em um enorme anel luminoso de gás e pó interestelar conhecido como nebulosa planetária, segundo um estudo de uma equipe internacional de cientistas publicado nesta segunda-feira pela revista "Nature Astronomy".

A transformação em uma nebulosa planetária marca o final da vida ativa de 90% das estrelas e a transição de uma estrela gigante vermelho a uma anã branca degenerada.

No entanto, durante anos os cientistas não tinham certeza de que o Sol teria o mesmo destino, pois se pensava que a massa da nossa estrela era baixa demais para criar uma nebulosa planetária visível.

Para chegar à nova conclusão, a equipe de especialistas desenvolveu um novo modelo estelar de dados para prever o ciclo vital das estrelas e o usaram para calcular o brilho do revestimento ejetado de estrelas de diferentes massas e idades.

Quando uma estrela morre lança ao espaço uma massa de gás e pó conhecido como revestimento, que pode chegar a ter até a metade da sua massa, segundo explicou um dos participantes do estudo, o professor Albert Zijlstra, da Universidade de Manchester.

Esse comportamento revela o núcleo da estrela, que a esse ponto está ficando sem combustível, apagando-se antes de finalmente morrer, indicou Zijlstra em comunicado.

É nesse momento que o núcleo quente faz com que o revestimento ejetado brilhe durante 10.000 anos e é isso o que faz com que a nebulosa planetária seja visível.

Algumas nebulosas são tão brilhantes, segundo Zijlstra, que podem ser vistas de distâncias extremamente grandes, até dezenas de milhões de anos-luz.

Os modelos anteriores assinalavam que para gerar uma nebulosa planetária que fosse visível era necessário que a estrela tivesse pelo menos duas vezes a massa do Sol.

Mas agora mostram que, depois da expulsão do envoltório, a estrela começa a aquecer-se três vezes mais rápido que nos modelos antigos, o que torna "muito mais fácil" para que uma estrela de pouca massa, como o Sol, possa formar uma nebulosa planetária brilhante.

Acompanhe tudo sobre:Pesquisas científicasSol

Mais de Ciência

Telescópio da Nasa mostra que buracos negros estão cada vez maiores; entenda

Surto de fungos mortais cresce desde a Covid-19, impulsionado por mudanças climáticas

Meteoro 200 vezes maior que o dos dinossauros ajudou a vida na Terra, diz estudo

Plano espacial da China pretende trazer para a Terra uma amostra da atmosfera de Vênus