Ciência

Síndrome do Lobisomem: garoto bate recorde mundial de rosto mais peludo; entenda a causa da condição

Anomalia faz com que os pelos cresçam de forma excessiva em áreas incomuns do corpo, como costas, ombros e orelhas

Síndrome de Lobisomem: Lalit possui o rosto totalmente coberto de pelos (Guinness World Records /Divulgação)

Síndrome de Lobisomem: Lalit possui o rosto totalmente coberto de pelos (Guinness World Records /Divulgação)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 10 de março de 2025 às 15h28.

Última atualização em 10 de março de 2025 às 15h32.

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Aos 18 anos, o indiano Lalit Patidar conquistou um título inusitado no Guinness World Records: o de homem com o rosto mais peludo do mundo. Com impressionantes 201,72 fios de cabelo por centímetro quadrado na face, ele redefiniu o conceito de barba e surpreendeu a todos com sua condição única.

De acordo com o Guinness, que divulgou o feito nesta quinta-feira, 6, Lalit foi diagnosticado com hipertricose, uma condição dermatológica extremamente rara conhecida como "síndrome do lobisomem".

Essa anomalia faz com que os pelos cresçam de forma excessiva em áreas incomuns do corpo, como costas, ombros e orelhas. No caso dele, o crescimento se concentra no rosto quase por completo, deixando apenas espaço para os olhos e a boca.

A raridade dessa síndrome é extrema, com apenas cerca de 50 casos documentados em todo o mundo desde a Idade Média. Isso faz de Lalit um verdadeiro caso excepcional, estatisticamente uma pessoa em um bilhão.

Seu diagnóstico foi identificado ainda na infância, resultado de uma mutação genética possivelmente transmitida por gerações. No entanto, a hipertricose não é sempre hereditária e pode surgir ao longo da vida devido a fatores como uso de medicamentos, exposição a substâncias químicas ou até doenças como o câncer. Enquanto algumas pessoas desenvolvem a condição de maneira generalizada, no caso de Lalit, o crescimento anormal de pelos ficou restrito ao rosto.

Uma jornada de lutas

Desde pequeno, Lalit enfrentou olhares curiosos e até mesmo preconceito. No primeiro dia de aula, seus colegas ficaram assustados com sua aparência incomum. No entanto, com o tempo, perceberam que ele era como qualquer outra criança. "No começo, eles tinham medo, mas quando me conheceram, entenderam que eu não era diferente por dentro, apenas por fora", contou ele ao Guinness.

Ao invés de se deixar abalar, Lalit resolveu abraçar sua singularidade. Criou um canal no YouTube para compartilhar sua rotina e experiências, acumulando mais de 150 vídeos e ultrapassando os 100 mil inscritos. Seu conteúdo mais recente documenta sua ida a Milão, na Itália, para participar do programa de televisão "Lo Show dei Record", uma competição organizada pelo Guinness.

A viagem de oito horas foi essencial para a confirmação de seu recorde. Durante o programa, um tricologista analisou sua condição, raspando pequenas partes de seu rosto para medir a densidade dos pelos. Ao receber a notícia de que, oficialmente, havia batido o recorde, Lalit se emocionou profundamente: "Estou sem palavras, só consigo dizer que estou muito feliz com esse reconhecimento".

A hipertricose tem cura?

Atualmente, não existe cura para a hipertricose. As opções disponíveis, como depilação a laser, lâminas e cera, são apenas soluções estéticas, já que os pelos não representam risco à saúde. No entanto, esses métodos exigem cautela, pois podem causar irritações e problemas dermatológicos.

Apesar disso, Lalit não pretende modificar sua aparência. Em entrevista ao Guinness, ele afirmou que nunca cogitou remover os pelos e respondeu às críticas com firmeza: "Não preciso dar explicações para ninguém. Gosto de quem sou e não quero mudar minha aparência".

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