Vida em Marte: está previsto que outra missão de oito meses comece em janeiro de 2018 (HI-Seas/Divulgação)
AFP
Publicado em 19 de setembro de 2017 às 21h34.
Seis pessoas saíram de uma cúpula isolada no Havaí onde passaram os últimos oito meses em uma missão simulada para Marte, vivendo em instalações muito pequenas, comendo alimentos secos e tentando se relacionar bem.
O experimento, realizado pela Universidade do Havaí, foi o quinto desse tipo destinado a ajudar os cientistas a resolverem os conflitos interpessoais que podem surgir entre os astronautas que embarcam em uma missão longa no espaço profundo.
Os voluntários, quatro homens e duas mulheres, saíram da cúpula no domingo, ansiosos para saborear frutas frescas, jantares caseiros e a sensação de ar fresco no rosto.
"Uma das coisas que senti falta de casa foi a culinária portuguesa", disse o membro da equipe Brian Ramos, em um vídeo transmitido pela CBS News.
O programa é financiado pela Nasa, que espera enviar os primeiros astronautas ao Planeta Vermelho na década de 2030.
A capacidade da eventual equipe de se dar bem, assim como sua mistura de personalidades, serão essenciais para que a missão seja proveitosa, disse Kim Binsted, que lidera a pesquisa para a Universidade do Havaí.
"Ter alguma variedade é uma coisa boa", disse ela no vídeo transmitido pela CBS. "É como se estivéssemos tentando montar uma caixa de ferramentas para ir a Marte: não colocamos apenas martelos, mesmo que sejam os melhores martelos no sistema solar".
Binsted disse que, embora os conflitos sejam inevitáveis, a última tripulação se saiu bem em suas tarefas fundamentais.
Os cientistas monitoraram as interações da equipe para detectar sinais de conflitos emocionais, e lhes deram dispositivos de realidade virtual para ajudar a lidar com o estresse.
Para tornar o experimento mais realista, os membros da tripulação tinham que utilizar trajes espaciais sempre que saíam da cúpula, localizada em um lugar remoto de Mauna Loa.
Eles também podiam enviar e-mails para amigos e familiares, mas com um atraso de 20 minutos.
Está previsto que outra missão de oito meses comece em janeiro de 2018.