Lua: o SIRIUS busca principalmente elaborar um sistema de assistência médica para os voos interplanetários (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)
AFP
Publicado em 7 de novembro de 2017 às 21h37.
Três mulheres e três homens ficarão confinados durante 17 dias, a partir desta terça-feira (7), em um módulo especial em Moscou para realizar um experimento simulando um voo à lua.
O experimento faz parte do programa SIRIUS (Scientific International Research In Unique terrestrial Station), realizado em cooperação com a Nasa e que durará cinco anos.
"Antes se pretendia conquistar o espaço, agora se trata de aprender a viver e trabalhar no espaço", explicou à AFP Oleg Orlov, diretor do Instituto de Problemas Médicos e Biológicos de Moscou, que dirige o projeto.
Os 17 dias da primeira etapa "representam o tempo necessário para voar à lua, dar uma volta à órbita lunar e retornar à Terra", explicou Orlov.
Nas etapas seguintes estão previstas experiências de isolamento similares de 4, 8 e 12 meses.
O SIRIUS busca principalmente elaborar um sistema de assistência médica para os voos interplanetários, estudando tanto os aspectos psicológicos da equipe em isolamento como os fisiológicos (por exemplo, a mudança do ritmo cardíaco).
"Um dos principais problemas médicos a bordo de uma nave espacial é sua autonomia absoluta. É necessário que aprendam a administrar sozinhos a situação", explicou Orlov, lembrando que os sinais enviados do espaço costumam chegar com um certo atraso à Terra.
Outra questão que será estudada cuidadosamente no módulo em que estão confinados os seis participantes, de 250 metros cúbicos, é a do sexo dos mesmos.
"É a primeira vez na história russa e soviética que uma equipe 'espacial' inclui mais de uma mulher", declarou à AFP um psicólogo participante no projeto, Vadim Gushchin, do Instituto de Problemas Médicos e Biológicos de Moscou.
Três mulheres -a cosmonauta Anna Kikina (33 anos) e as pesquisadoras em psicologia Elena Luchitskaya (37 anos) eNatalia Lysova (27 anos)- acompanham três homens -o cosmonauta Mark Serov, o engenheiro alemão de origem russa Viktor Fetter e o médico Ilia Rukavishnikov.
"Com esssa equipe mista vamos estudar o que acontece quando aumenta o número de mulheres", explicou Gushchin.