Pets: lei protege cães e gatos de abusos (harpazo hope/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 15 de setembro de 2023 às 06h20.
À medida que a primavera se aproxima, é hora de nos concentrarmos em algo que é vital para a felicidade e vitalidade dos nossos companheiros de quatro patas: a saúde cardíaca. Segundo dados do Programa de Cuidados ao Paciente Crônico, desenvolvido pela Petlove, dos 255 pets que participaram do estudo, cerca de 48 são cardiopatas e 10 hipertensos, o que leva a uma estatística de 19% dos animais da pesquisa com doenças ligadas ao coração.
A amostragem também estipulou os principais problemas cardiovasculares apresentados nos pets e, entre algumas delas, destacou-se a doença valvar degenerativa crônica e a cardiomiopatia dilatada em cães. Nos gatos, por sua vez, a cardiopatia mais comum é a cardiomiopatia hipertrófica felina e a hipertensão arterial sistêmica.
No entanto, apesar dos dados, alguns sinais permitem identificar essas condições precocemente para cuidar da saúde dos animais, como explica a médica veterinária da Petlove Joana Portin, responsável pelos Estudos de Doenças Crônicas, que também aponta os melhores métodos de prevenção e cuidados com os pets. Veja!
De acordo com a veterinária, o sinal mais clássico que indica a possibilidade de problemas cardíacos nos cães é a tosse e o cansaço físico acentuado, já nos gatos esse sinal pode ser um pouco menos perceptível, pois não é tão comum nos felinos. “Eles [os gatos] tendem a ficar mais quietos, cansados e com a respiração ofegante”, afirma a especialista.
Apesar de não ter estudos que comprovem que a obesidade causa lesões cardíacas, é sabido que o fator obesidade também agrava a condição cardíaca, pois animais obesos tendem a fazer maior esforço físico, exigindo mais do coração. Portanto, manter o cachorro ou gato com peso ideal, diminui o esforço cardíaco, poupando o coração nos casos de alguma ineficiência.
Para evitar que as doenças cardíacas se agravem ou, ainda, monitorar a saúde de cães e gatos que já tem a condição, a médica veterinária indica alguns cuidados:
A alimentação é um grande fator a ser considerado para cuidar da saúde cardiovascular dos pets, tanto para prevenir a condição quanto para cuidar dos bichinhos que já têm a enfermidade. Nesse sentido, os animais que já possuem alterações ou problemas cardíacos precisam ter uma alimentação regrada e evitar alimentos caseiros e temperos. Além disso, pode ser necessário entrar com suplementação, sempre com prescrição médica.
Para os animais que já possuem a condição, é preciso monitorar a atividade física, para não haver fadiga. “A prática rotineira de exercícios físicos, conferindo uma resistência cardiopulmonar satisfatória, pode ajudar e muito o coração do pet diante de uma situação futura de ineficiência cardíaca”, comenta Joana Portin.
Em alguns casos, também é preciso entrar com os medicamentos necessários, indicados por um médico veterinário. Geralmente, a medicação é feita por meio de diuréticos, anti-hipertensivos, equilíbrio alimentar e anticoagulantes. Porém, o grau precisa ser identificado antes da receita, pois cada animal precisa de um tratamento diferente.
Também é preciso se atentar à saúde bucal do pet, pois a falta de higiene pode causar uma endocardite bacteriana, infecção que desenvolve problemas cardíacos.
Vale lembrar que alguns animais apresentam sintomas sutis de doenças cardiovasculares que aos olhos do tutor são invisíveis. Portanto, é preciso sempre fazer um acompanhamento veterinário para evitar que enfermidades se agravem. “Quando os pets são jovens, os check-ups ajudam na identificação de alguns sinais que podem levar a uma suspeita de alguma cardiopatia congênita ou hereditária”, diz a especialista.
Na fase adulta, a avaliação veterinária ajuda a identificar sinais de cardiopatia por disfunção cardíaca, que tendem a aparecer com sinais clínicos sutis. E essa fase inicial da doença é o momento ideal para fazer o diagnóstico, pois a evolução pode ser supervisionada de perto, diminuindo as chances de agravamento do quadro.
Por Gustavo Mattos