Mark Vande Hei, astronauta dos Estados Unidos, está com retorno marcado para daqui três semanas (Nasa/Reprodução)
Laura Pancini
Publicado em 11 de março de 2022 às 18h09.
Última atualização em 11 de março de 2022 às 18h11.
Tudo indicava que o astronauta norte-americano Mark Vande Hei iria retornar à Terra com dois cosmonautas russos no próximo mês, mesmo com conflitos entre os dois países por conta da invasão russa na Ucrânia. A Nasa chegou a afirmar no final de fevereiro que ambos os países seguiam trabalhando "tranquilamente no espaço", especificamente na Estação Espacial Internacional (ISS), mas agora as coisas parecem ter ficado mais complicadas.
Aliado do presidente russo Vladimir Putin e chefe da Agência Espacial da Rússia, Dmitry Rogozin, fez ameaças em um vídeo nas redes sociais após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmar que iria barrar a exportação de itens de alta tecnologia. O democrata chegou a falar que as sanções “degradariam” a indústria aeroespacial e o programa espacial da Rússia.
Na última semana, o lançamento de um foguete Soyuz carregado com 36 satélites da empresa inglesa OneWeb foi cancelado, indicando que a posição da Roscosmo é uma extensão da guerra contra a Ucrânia e faz parte da reação da Rússia contra as sanções econômicas que vem sofrendo.
Vande Hei está programado para pousar no Cazaquistão em cerca de três semanas com seus dois colegas russos a bordo de uma espaçonave russa. A Nasa não comentou as ameaças de Rogozin, mas, após a fala de Biden, afirmou que “nenhuma mudança está planejada” na cooperação entre os dois países na ISS.
Dentro da estação, os EUA e a Rússia vivem em seções separadas, como todos os países. É comum a cooperação entre todos para o envio de tecnologias -- o país de Biden, por exemplo, passou muitos anos utilizando foguetes russos para ir até a órbita baixa da Terra.