Ciência

Remédios de artrite reduzem mortalidade em casos graves de covid-19, diz estudo preliminar

O estudo, realizado com cerca de 800 pacientes com quadros graves da covid-19, mostrou que duas drogas diminuíram a mortalidade em até 8,5%

Coronavírus: doença já deixou mais de 88,1 milhões de pessoas infectadas (Amanda Perobelli/Reuters)

Coronavírus: doença já deixou mais de 88,1 milhões de pessoas infectadas (Amanda Perobelli/Reuters)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 8 de janeiro de 2021 às 10h45.

Última atualização em 8 de janeiro de 2021 às 15h26.

Um estudo preliminar com pacientes graves do novo coronavírus apontou que medicamentos usados contra a artrite podem funcionar na redução da mortalidade do vírus em até 8,5% em quadros graves. Segundo os pesquisadores, os remédios conseguiram diminuir o período de internação em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs).

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O estudo ainda não foi revisado por pares e aponta, em específico, as medicações Actemra da farmacêutica suíça Roche, e a Kevzara, da francesa Sanofi. "Isso significa que, para cada 12 pacientes tratados com uma das duas drogas, uma vida extra pode ser salva", afirmou Anthony Gordon, professor no Imperial College London, um dos coautores do estudo em entrevista à agência de notícias Reuters.

O estudo, realizado com cerca de 800 pacientes com quadros graves da covid-19, mostrou que as duas drogas diminuíram a mortalidade de 35,8% para 27,3% em um grupo de controle que recebeu os medicamentos tocilizumab ou sarilumab. Em média, aqueles tratados com o Actemra ou o Kevzara tiveram recuperações mais rápidas e foram liberados do hospital cerca de sete a 10 dias mais cedo do que os que não receberam os medicamentos.

Essa não foi a primeira vez que os remédios foram testados contra o SARS-CoV-2. Em setembro do ano passado, a Sanofi afirmou que o Kevzara não atingiu os objetivos dos Estados Unidos em testes contra pacientes graves. Em novembro, a Roche disse que o Actemra era capaz de ajudar os mais doentes, mas não deixou claro se deixava as pessoas vivas ou se diminuía somente o tempo na UTI e o uso de ventiladores pulmonares, por exemplo.

Segundo Gordon, os estudos anteriores incluíam menos pacientes graves, o que causou essa alteração nos resultados. "Uma diferença crucial é que, em nosso estudo, pacientes críticos foram colocados no teste após 24 horas de apoio para os órgãos. Isso enfatiza o potencial dos remédios logo no começo, onde os pacientes podem ter um benefício maior", disse ele.

É preciso esperar para ver.

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