Pfizer: o CEO vê a opção de uma terapia antiviral oral para a covid-19 que possa ser realizada em casa como "uma virada de jogo" no combate à pandemia (Steven Ferdman/Getty Images)
André Martins
Publicado em 27 de abril de 2021 às 17h12.
Última atualização em 27 de abril de 2021 às 17h14.
O CEO da farmacêutica Pfizer, Albert Bourla, disse nesta terça-feira, 27, em entrevista a CNBC que o remédio para combater a covid-19 desenvolvido pela empresa pode estar disponível ao público no final de 2021.
A Pfizer tem dois medicamentos contra a covid-19 em fase de teses em humanos, um injetado por via intravenosa para pacientes hospitalizados e outro por via oral para pessoas com sintomas leves e no início da infecção.
Bourla disse na entrevista que a empresa está concentrando esforços na opção oral pois "oferece várias vantagens", sendo que a principal é o paciente não precisar ir ao hospital para fazer o tratamento, que é necessário no caso dos remédios injetáveis.
O CEO vê a opção de uma terapia antiviral oral para a covid-19 que possa ser realizada em casa como "uma virada de jogo" no combate à pandemia.
Questionado sobre o prazo para que o remédio passe pelos testes da Fase 3 e tenha autorização de uso de emergencial na FDA (Food and Drug Administration), a Anvisa americana, Bourla respondeu: "Se tudo correr bem e implementarmos a mesma velocidade que fizemos até agora e estamos, e se os reguladores também fizerem o mesmo e estão, espero que até o final do ano seja liberado".
Segundo o jornal Telegraph, o remédio contra a covid-19 está sendo testado em adultos na Bélgica e nos Estados Unidos. Pelo menos 60 voluntários entre 18 e 60 anos vão participar dessa fase 1.
Caso a nova fase de testes prove eficácia e segurança do medicamento, o remédio poderá ser prescrito no início da infecção, para bloquear a replicação viral antes que os pacientes tenham sintomas mais graves e necessitem de internação.
Para cumprir essa tarefa, o medicamento se "liga" a uma enzima chamada protease para impedir a replicação do vírus. Drogas que atuam da mesma forma têm resultados bem-sucedidos no tratamento de outros tipos de vírus, como o do HIV e da Hepatite C. Segundo a farmacêutica, o medicamento deverá ser administrado duas vezes ao dia durante cerca de cinco dias.
Embora o teste de eficácia inicial se concentre em pessoas com sintomas leves e no inicio da infecção, a Pfizer também planeja testar se a droga funciona para proteger pessoas saudáveis que foram expostas ao coronavírus.
Segundo Bourla, a empresa espera que durante o verão no hemisfério norte a fornecer uma atualização detalhada sobre o andamento dos testes.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já aprovou no Brasil dois medicamentos para tratamento contra a covid-19. O primeiro foi o remdesivir, em 12 de março deste ano,e o segundo foi o coquetel de anticorpos chamado de REGN-COV2, aprovado em 20 de abril.
A aplicação dos dois medicamentos é feita por via intravenosa, o uso de ambos é restrito a hospitais e a venda é proibida ao comércio. As drogas não substituem a vacina contra covid-19 e não servem como prevenção da doença.