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Remdesivir tem sucesso em estudo: quanto falta para cura do coronavírus?

Ainda sem vacinas ou tratamentos eficazes para a covid-19, o medicamento remdesivir avança em estudos preliminares contra o novo coronavírus

 (Alessandro Dahan/Getty Images)

(Alessandro Dahan/Getty Images)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 29 de abril de 2020 às 12h57.

Última atualização em 29 de abril de 2020 às 20h51.

O medicamento antiviral experimental chamado remdesivir, da farmacêutica americana Gilead Sciences, tem se mostrado um dos mais promissores no tratamento da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Em estudos preliminares, o medicamento acelerou a recuperação de pacientes e reduziu o tempo de internação de pacientes graves. Ele age reduzindo a capacidade de replicação do vírus no organismo humano.

Agora, em outro estudo, feito pela própria Gilead Sciences, a empresa reporta que os pacientes reagiram melhor ao medicamento quando o receberam cedo no quadro de infecção pelo novo coronavírus. Segundo a companhia, 62% dos pacientes que receberam o remdesivir cedo tiveram alta do hospital. Entre os que receberam o remédio com a covid-19 em estágio mais avançado, 49% tiveram alta.

O estudo avaliou a eficácia do remdesivir quando foi dado a pacientes com quadros graves de covid-19 por cinco dias e por dez dias. O teste envolveu cerca de 400 pessoas.

O medicamento é considerado um dos mais promissores para acelerar o tratamento da covid-19 e tem animado pesquisadores e investidores, que veem as ações da Gilead subindo nas últimas semanas.

Em três semanas, a Universidade de Nebraska-Lincoln divulgará os primeiros resultados de um teste amplo e rigoroso sobre o efeito do remdesivir em pacientes com a covid-19. Participam do estudo 500 pacientes de 70 países. A partir de então, o estudo poderá ser validado pela comunidade científica e pela Organização Mundial da Saúde. Se tudo correr bem e o remdesivir realmente for efetivo no combate à covid-19, o mundo finalmente terá uma boa notícia em meio à pandemia.

Com uma vacina contra o covid-19 prevista para o fim do ano vinda do Reino Unido, com distribuição global estimada para meados de 2021, os remédios para tratamento da doença têm se mostrado a esperança de governos de todo o mundo que viram desaceleração em diversos setores da economia, aumento no número de atendimentos em hospitais e mortes de pacientes em decorrência de complicações da covid-19.

Patente do Remdesivir

Em carta aberta à Gilead Sciences, empresa de biofarmacologia baseada na Califórnia, mais de 150 organizações sociais e ativistas do mundo todo pedem, desde o fim do mês de março, que a empresa abra mão de reivindicar direitos exclusivos sobre o medicamento remdesivir. A iniciativa é da fundação Médicos Sem Fronteiras.

A Gilead pode reivindicar exclusividade de produção e marketing com base nas patentes que possui em mais de 70 países. Segundo a carta aberta, o monopólio coloca em risco a acessibilidade ao tratamento da covid-19 para milhões de pessoas em todo o mundo.

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