Reino Unido é o primeiro país do mundo a aprovar uma vacina contra covid-19 (Dado Ruvic/Reuters)
Isabela Rovaroto
Publicado em 2 de dezembro de 2020 às 06h28.
Última atualização em 2 de dezembro de 2020 às 09h55.
O Reino Unido aprovou nesta quarta-feira (2) o uso da vacina contra covid-19 produzida pela Pfizer e pela BioNTech. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, que prevê iniciar a vacinação na semana que vem.
"A MHRA autorizou formalmente a vacina Pfizer/BioNTech para Covid-19. O NHS está pronto para começar a vacinar no início da próxima semana. O Reino Unido é o primeiro país do mundo a ter uma vacina clinicamente aprovada para fornecimento", afirmou Hancock em uma rede social.
Help is on its way.
The MHRA has formally authorised the Pfizer/BioNTech vaccine for Covid-19.
The NHS stands ready to start vaccinating early next week.
The UK is the first country in the world to have a clinically approved vaccine for supply.
— Matt Hancock (@MattHancock) December 2, 2020
O sinal verde das autoridades britânicas "é resultado de meses de ensaios clínicos rigorosos e de uma análise profunda dos dados por parte de especialistas da MHRA, que concluíram que a vacina respondia às normas estritas de segurança, qualidade e eficácia", disse o porta-voz da pasta.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, também comemorou a notícia. "É a proteção das vacinas que nos permitirá recuperar nossas vidas e fazer a economia andar novamente", afirmou.
It’s the protection of vaccines that will ultimately allow us to reclaim our lives and get the economy moving again. (2/2)
— Boris Johnson (@BorisJohnson) December 2, 2020
As farmacêuticas anunciaram o resultado final dos testes em 18 de novembro, mostrando que sua vacina é 95% eficaz na prevenção da covid-19. A expectativa é produzir até 100 milhões de doses até o fim do ano. Outras 1,3 bilhão de doses podem ser fabricadas no ano que vem.
O Reino Unido, país mais afetado pela covid-19 na Europa, encomendou 40 milhões de doses do produto – no caso, serão necessárias duas aplicações para garantir a imunização de cada pessoa.
Entre as pessoas prioritárias para receber a vacina estão idosos, profissionais da área da saúde e pessoas do grupo de risco.
A vacina da Pfizer pode ter um empecilho para a importação para outros países. Ela tem como base o RNA mensageiro e precisa ser armazenadas em temperaturas muito baixas, de cerca de -70ºC, enquanto vacinas de DNA podem ser guardadas em temperatura ambiente.
Ontem, Pfizer e a BioNTech pediram ao regulador de medicamentos da Europa autorização condicional para sua vacina contra Covid-19, após submeterem pedidos semelhantes nos Estados Unidos e no Reino Unido.
"A autorização (...) no Reino Unido marca um momento histórico na luta contra a covid-19", afirmou o CEO da Pfizer, Albert Bourla, nesta quarta.
Das 48 em fases de testes, apenas 11 estão na fase 3, a última antes de uma possível aprovação. São elas a chinesa da Sinovac Biotech, a também chinesa da Sinopharm, a britânica de Oxford em parceria com a AstraZeneca, a americana da Moderna, da Pfizer e BioNTech, a russa do Instituto Gamaleya, a chinesa CanSino, a americana Janssen Pharmaceutical Companies e a também americana Novavax.
A gravidade do coronavírus movimentou centenas de iniciativas privadas e públicas em busca de uma vacina. No EXAME Agora especialistas explicam o que ainda falta para as vacinas ficarem prontas e quais são os riscos e benefícios de se produzir um imunizante em tão pouco tempo.