Ciência

Raio de 768 km é registrado nos EUA e bate recorde mundial

O recorde de duração anterior era de 16,73 segundos, atribuído a um raio que atingiu o norte da Argentina em 4 de março de 2019

Raio: Os especialistas da OMM se baseiam na tecnologia de satélite para medir os raios (AFP/AFP)

Raio: Os especialistas da OMM se baseiam na tecnologia de satélite para medir os raios (AFP/AFP)

A

AFP

Publicado em 1 de fevereiro de 2022 às 11h27.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2022 às 11h30.

Um raio que percorreu 768 km nos Estados Unidos em 29 de abril de 2020 bateu o recorde de maior distância para esse tipo de fenômeno, anunciou a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

A agência da ONU também validou outro recorde, o do raio de maior duração, registrado em 18 de junho de 2020. Durante uma tempestade elétrica no Uruguai e na Argentina, o raio se prolongou por 17,102 segundos.

O recorde de duração anterior era de 16,73 segundos, atribuído a um raio que atingiu o norte da Argentina em 4 de março de 2019.

Os especialistas da OMM se baseiam na tecnologia de satélite para medir os raios. O que bateu o recorde de longitude em 2020 percorreu uma distância horizontal de 768 km no sul dos Estados Unidos (Texas, Louisiana e Mississippi). Até agora, o recorde de distância era de um raio de 709 km que cruzou o sul do Brasil em 31 de outubro de 2018.

Os dois novos recordes foram estabelecidos em áreas conhecidas por esse tipo de fenômeno nas Américas do Norte e do Sul: as Grandes Planícies, na América do Norte, e a Bacia do Prata, na América do Sul.

"Os raios são um perigo importante e muitas pessoas morrem anualmente. Esses novos registros destacam a preocupação grave com a segurança pública associada às nuvens eletrificadas, as quais produzem raios que podem percorrer distâncias consideráveis", destacou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

'Valores ainda mais extremos'

Os novos recordes validados pela OMM, que mantém o registro oficial de fenômenos extremos, foram publicados no Boletim da Sociedade Meteorológica Americana. “É provável que existam valores ainda mais extremos, e provavelmente poderemos observá-los quando as técnicas de detecção de raios forem ainda mais sofisticadas”, indicou Randall Cerveny, relator da OMM para os fenômenos meteorológicos e climáticos extremos.

Segundo Ron Holle, especialista em raios e membro do Comitê de Extremos Meteorológicos e Climáticos da OMM, as duas descargas que bateram recorde "não foram eventos isolados, mas ocorreram durante tempestades".

De acordo com a OMM, os únicos lugares seguros para se proteger são grandes edifícios com fiação e encanamento, ou veículos totalmente fechados com teto de metal.

Acompanhe tudo sobre:ClimaEstados Unidos (EUA)Mudanças climáticasRaios

Mais de Ciência

Telescópio da Nasa mostra que buracos negros estão cada vez maiores; entenda

Surto de fungos mortais cresce desde a Covid-19, impulsionado por mudanças climáticas

Meteoro 200 vezes maior que o dos dinossauros ajudou a vida na Terra, diz estudo

Plano espacial da China pretende trazer para a Terra uma amostra da atmosfera de Vênus