Chave para a contenção da pandemia está nas mãos de cada pessoa, diz pesquisador (Amanda Perobelli/Reuters)
Lucas Agrela
Publicado em 19 de julho de 2020 às 18h02.
A humanidade conhece o novo coronavírus há pouco mais de sete meses, mas, até hoje, não há um consenso sobre a sua taxa de mortalidade. Inicialmente, a Organização Mundial da Saúde estimou que essa taxa seria de 3,4% das pessoas infectadas, mas o avanço da covid-19 pelo planeta mostrou letalidade era menor do que a prevista e que variava de país para país.
Com mais de 2 milhões de casos, o Brasil tem cerca de 80.000 mortes, enquanto o Reino Unido tem 45.000 mortes com menos de 300.000 pessoas infectadas, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins.
O Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos já mudou diversas vezes sua estimativa sobre a taxa de letalidade do novo coronavírus, sempre entre 0,2% e 1%.
Em entrevista à EXAME em abril, Atila Iamarino, doutor em microbiologia e divulgador científico, afirmou que alguns fatores influenciam na taxa de mortalidade do coronavírus em diferentes países.
“O que causa a diferença na taxa de letalidade do vírus é a condição do sistema de saúde de um país para tratar quem está passando mal, a idade das pessoas contagiadas e, principalmente, o volume de testes feitos”, afirmou Iamarino.
Justin Silverman, professor assistente de informação em ciência e tecnologia da Universidade Estadual da Pennsylvania, e Alex Washburne, ecologista e pesquisador científico de doenças na Universidade Estadual de Montana, lembram que taxas de mortalidade são referências para a média da população e que as pessoas podem ter mais ou menos risco de morte em caso de infecção pelo novo coronavírus.
“A taxa de fatalidade da infecção não está cravada na pedra -- é uma estimativa do que aconteceu no passado, não um indicador do que vai acontecer no futuro. Se as pessoas seguirem orientações de saúde pública quanto ao uso de máscaras, manter distanciamento social e isolamento em caso de doença, pode ser possível reduzir a infecção em populações de alto risco e baixar o percentual de pessoas que morrem por causa dessa doença”, escrevem Justin Silverman, professor assistente de informação em ciência e tecnologia da Universidade Estadual da Pennsylvania, e Alex Washburne, ecologista e pesquisador científico de doenças na Universidade Estadual de Montana.
Enquanto pesquisadores do mundo todo buscam medicamentos que tratem de forma efetiva a covid-19 e uma vacina que ofereça defesas ao corpo humano contra a infecção pelo novo coronavírus, a chave para a contenção da pandemia e para a redução da taxa de mortalidade do vírus está nas mãos de cada pessoa.