Putin: "Na lua há coisas a fazer, e dali pode começar o estudo de outros planetas, do espaço distante", disse Putin (Maxim Shipenkov/Reuters)
EFE
Publicado em 12 de abril de 2018 às 13h49.
Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, garantiu nesta quinta-feira que o programa para enviar um cosmonauta à Lua até 2030 continua em andamento, ao visitar o Museu da Cosmonáutica de Moscou no 57º aniversário do histórico voo de Yuri Gagarin, o primeiro de um homem no espaço.
"Já estamos terminando o trabalho na nave Federatsiya (Federação)", afirmou Putin, em referência à nova nave espacial que substituirá em um futuro próximo a envelhecida Soyuz e que, ao contrário desta, será recuperável para ser utilizada em vários lançamentos.
Além disso, a Rússia já começou a desenvolver o foguete super pesado que será utilizado nos voos à Lua e cujo "primeiro teste está previsto para dentro de dez anos", acrescentou o presidente russo.
"Não há dúvida, trabalharemos ativamente para realizar este programa", afirmou Putin.
Em primeiro lugar, o programa prevê a participação no projeto de uma estação espacial internacional na órbita do satélite natural da Terra. Depois, alunissar e erguer módulos permanentes para investigar a superfície lunar.
A Rússia não tem nenhuma intenção de deixar os ambiciosos projetos internacionais para a conquista do espaço, apesar das más relações atuais com os países do Ocidente, sobretudo com os Estados Unidos, a outra grande potência espacial mundial.
"Trata-se de um âmbito de cooperação que une. Acredito que continuará sendo assim. Não temos intenção de romper nada, de sair de nenhum programa. Temos parceiros para a Lua, e depois para investigar Marte. Aí estão Estados Unidos, Canadá, Japão, União Europeia", afirmou Putin.
Há apenas seis meses, as agências espaciais de Rússia e EUA - Roscosmos e NASA - firmaram um acordo para criar uma estação na órbita da Lua, cujo primeiro módulo será lançado ao espaço em 2022 e que contará com uma tripulação integrada por astronautas de vários países, assim como acontece na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
"Todos esses planos serão realizados. São interessantes, necessários para o país e para toda a humanidade", comentou o presidente russo.
Em um documentário exibido na televisão russa pouco antes das eleições presidenciais de março, Putin explicou que o novo programa lunar prevê alunissar nos polos do satélite natural.
"Nossos especialistas tentarão alunissar nos polos, porque há fundamentos para pensar que lá pode haver água. Lá há coisas a fazer, e dali pode começar o estudo de outros planetas, do espaço distante", disse o presidente russo na época.
Por outro lado, o chefe do Kremlin anunciou planos para a nova base Vostochny, inaugurada em 2016 na região oriental de Amur, perto da fronteira com a China.
"Criamos uma base e lá crescerá pouco a pouco uma cidade. Acredito que será o lugar para um cluster de alta tecnologia no Oriente Distante", indicou Putin.
A base, com uma superfície de 700 quilômetros quadrados, foi construída para aliviar a carga de lançamentos que o cosmódromo de Baikonur (Cazaquistão) suporta, e para garantir a independência da Rússia no cumprimento de seu programa espacial no futuro.