"Descobrimos que altos níveis de células T pré-existentes, criadas pelo corpo quando infectado com outros coronavírus humanos, como o resfriado comum, podem proteger contra a infecção por covid-19", disse o autor do estudo, Rhia Kundu (Royalty-free/Getty Images)
Reuters
Publicado em 10 de janeiro de 2022 às 18h06.
Última atualização em 10 de janeiro de 2022 às 20h09.
Altos níveis de células T geradas por resfriados comuns causados por coronavírus podem fornecer proteção contra a covid-19, descobriu um estudo do Imperial College de Londres publicado nesta segunda-feira, o que pode direcionar abordagens para uma segunda geração de vacinas.
A imunidade contra a covid-19 é um quadro complexo e, embora haja evidências de diminuição dos níveis de anticorpos seis meses após a vacinação, acredita-se que as células T também desempenham papel vital em fornecer proteção.
O estudo, que começou em setembro de 2020, analisou os níveis de células T com reatividade cruzada geradas por resfriados comuns prévios em 52 contatos domésticos logo após a exposição a casos positivos para covid-19, para ver se eles desenvolveriam a infecção.
Descobriu-se que os 26 que não desenvolveram a infecção tinham níveis significativamente mais altos dessas células T do que as pessoas que foram infectadas. O Imperial College não disse quanto tempo duraria a proteção das células T.
"Descobrimos que altos níveis de células T pré-existentes, criadas pelo corpo quando infectado com outros coronavírus humanos, como o resfriado comum, podem proteger contra a infecção por covid-19", disse o autor do estudo, Rhia Kundu.
Os autores do estudo, publicado na Nature Communications, disseram que as proteínas internas do vírus Sars-CoV-2, que são foco das células T, podem oferecer um alvo alternativo para os fabricantes de vacinas.
As atuais vacinas contra a covid-19 têm como alvo a proteína spike, que regularmente sofre mutações, criando variantes como a ômicron, que diminuem a eficácia das vacinas contra infecções sintomáticas.
"Em contraste, as proteínas internas alvejadas pelas células T protetoras que identificamos sofrem muito menos mutações", disse o professor Ajit Lalvani, coautor do estudo.
"Consequentemente, elas são altamente conservadas entre as várias variantes do Sars-CoV-2, incluindo a ômicron. Novas vacinas que incluem essas proteínas internas conservadas induziriam, portanto, respostas de células T amplamente protetoras que devem proteger contra variantes atuais e futuras do Sars-CoV-2."
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